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Londrina - Perto da meia-noite, o torcedor do Londrina estará chorando. As lágrimas serão de alegria se o milagre tão esperado quanto improvável aconteceu. E de dor, vergonha, humilhação se o rebaixamento à segunda divisão virou realidade.

É do zagueiro Borges, do Londrina, a melhor definição da tarefa que ele e mais 10 jogadores têm que cumprir às 21h45 contra o Coritiba: "Vamos ter que fazer em 90 minutos o que não fizemos o campeonato inteiro", disse ele. Em seis jogos em casa neste Estadual, o Tubarão não ganhou nenhum.

Fora de campo, o drama londrinense vem de mais tempo. Semifinalista em 2004 e 2005, o clube acumula fracassos desde 2006, quando caiu nas quartas-de-final. Em 2007 e 2008, não passou da primeira fase. Campanhas ruins para uma gestão conturbada e cercada de polêmicas.

O presidente Peter Silva, no cargo desde 2006 (foi reeleito no final de 2007), alega que boa parte do duplo mandato tem sido gasta para resolver problemas administrativos deixados pelos antecessores. O futebol, ele mesmo diz, "toca como dá".

O dirigente assumiu a culpa pelo fiasco da equipe e admitiu que optou por um elenco jovem e barato no Estadual porque a prioridade neste último ano de gestão era formar um time forte na Série D do Brasileiro. Há quatro anos, ele dizia que pretendia devolver ao clube a vaga perdida na Série B.

Mas o legado de Peter neste último ano de gestão pode ser doloroso e pesado demais para ser superado: o rebaixamento para a segunda divisão do Paraná. Um fantasma que já assombrou o Tubarão em 1998, foi exorcizado no ano seguinte e pode voltar com tudo em 2010.

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