Carolina Schrappe levou a sério a mais simples das brincadeiras aquáticas. Quando criança, ganhava do pai e irmão na disputa de quem ficava mais tempo em baixo dágua. Já adulta, resolveu fazer um teste e, mesmo sem treino, se viu por 3min20s sem respirar. Quatro meses e um pouco de técnica depois, ficava 4min30s em apnéia. O fôlego nada comum deu à mergulhadora curitibana recordes e a chance de disputar o Campeonato Mundial de Apnéia no Egito.
Mesmo pouco difundida, a mais antiga modalidade de mergulho reunirá 22 países até o dia 12 de dezembro. Carol representará o Brasil ao lado de Derick e Karen Arippol, no Mar Vermelho. A especialidade da paranaense não inclui como cenário um dos mais belos locais do mundo para o mergulho, pois a apnéia estática e dinâmica são disputadas em piscina.
A marca da atleta é de 5 min, enquanto o recorde mundial pertence à russa Natalia Molchanova com 7min30s. Entre os homens, o melhor tempo foi registrado pelo alemão Tom Sietas e seus impressionantes 9 minutos dentro d'água.
Instrutora e sócia numa escola de mergulho, Carol só começou a competir aos 27 anos hoje tem 32. "Sempre fui apaixonada pelo mar. Primeiro pela vela, depois pelo mergulho", conta a curitibana que se rendeu à apnéia.
A ponto de dar ao filho o nome de um dos ícones da modalidade. Seu terceiro herdeiro chama-se Enzo, em homenagem ao italiano Enzo Majorca, aquele mesmo do filme Imensidão Azul.
Durante os anos 60, Majorca e o francês Jacques Mayol travaram duelos para descobrir quem era o homem mais profundo do planeta. Na década de 80 surgiu uma nova rivalidade entre o cubano Francisco "Pipin" Ferreras e o italiano Umberto Pellizzari. Hoje o recorde mundial é do belga Patrick Musimu, que atingiu 209,6 metros de profundidade em julho de 2005, na categoria No Limits.
Cada metro ou segundo pode ser um perigo. A apnéia é considerada um esporte de risco, comparado ao páraquedismo, vôo livre, corridas, esqui e outros esportes radicais. "Mesmo equipado com roupas especiais, o mergulhador enfrenta as mais severas condições no ambiente aquático, principalmente nas modalidades de mergulho profundo em que a pressão absoluta (pressão atmosférica e a pressão da água) aumenta gradativamente e a temperatura da água é muito baixa", explicou Carol, que recebeu o convite para treinar com a equipe canadense antes do Mundial.
Um privilégio para uma modalidade que sofre com a falta de apoio e por isso não ambiciona resultados expressivos internacionalmente. "É complicado. Mas quero difundir a apnéia e representar bem o país", espera.
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