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Rio – O jogo do Brasil com o Equador, no Maracanã, deu ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a certeza de que o Brasil tem todas as condições de organizar uma Copa do Mundo inesquecível. Mesmo ainda estando fora dos padrões exigido pela Fifa para um Mundial, o evento mostrou o caminho a ser seguido. Nesta terça-feira, o país deverá ser confirmado como sede da Copa de 2014. Nos próximos sete anos, o trabalho será árduo e intenso para que todos os requisitos exigidos pela Fifa sejam atendidos. De Zurique, por telefone, o dirigente lembrou que nada feito até hoje no país chega perto da realização de um Mundial da Fifa. "Não dá para comparar Copa do Mundo com Jogos Pan-Americanos", afirmou Teixeira.

Como é o processo na Fifa para escolher um país para sede de Copa do Mundo?No dia 30 (terça-feira), serão apresentadas durante a reunião do Comitê Executivo as candidaturas para o Mundial Feminino de 2011 e para a Copa do Mundo de 2014. Nossa apresentação está marcada para as 12h30 (de Zurique), terminando meia-hora depois. Às 13h30, o Comitê se reúne e, às 15 horas, o presidente Joseph Blatter anuncia, no auditório da Fifa, o que foi decidido (dos 23 membros, pelo menos 12 têm de aprovar a escolha do Brasil). Como somos candidato único, quem aprovar o Brasil vai levantar a mão. Espero muitas mãos para cima.

Como será constituído o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, caso o Brasil seja mesmo confirmado como sede da Copa?O Comitê de Candidatura da Copa, uma empresa que foi criada para elaborar nosso projeto, automaticamente se transforma no Comitê Organizador. Ele vai crescendo conforme as coisas vão acontecendo. Por exemplo, cada cidade que for aprovada como sede terá um representante. Mas só saberemos quem serão eles depois que a Fifa escolher as sedes. Mas é o Brasil quem escolhe seus representantes no Comitê, que terá também integrantes indicados pela Fifa.

Qual o prazo final para os estádios estarem prontos?A Copa das Confederações, que acontece sempre um ano antes do Mundial, é considerado um evento-teste. Mas só os estádios que serão utilizados, cerca de cinco, é que têm que estar prontos. Os outros não precisam, mas acredito que, no máximo em 2012, todos os estádios estarão prontos.

Já existem empresas estrangeiras interessadas em investir nos estádios brasileiros?Já. Esta semana mesmo tive um encontro com pessoas ligadas a IMG, a empresa que coordenou todo o projeto do novo estádio de Wembley. Eles estão querendo investir em Brasília, Rio e Belo Horizonte.

Nos Jogos Pan-Americanos do Rio, havia a garantia dos governos federal, estadual e municipal de investir na infra-estrutura da cidade. E, com exceção da construção e melhoramento dos locais de competição, nada foi feito. Se isso acontecer de novo, o Brasil corre o risco de ficar sem a Copa de 2014?Olha só, não dá nem para comparar Copa do Mundo com Jogos Pan-Americanos. Nada se compara à magnitude de um Mundial. Por exemplo, o Rio investiu muito para trazer o Pan para a cidade. Já o governo federal não gastou um cafezinho no projeto que elaboramos para fazer a Copa de 2014. Foi tudo pago pela iniciativa privada. No Pan, é necessário se construir uma Vila Olímpica para alojar os atletas. Numa Copa, quem decide e paga o hotel em que a equipe fica é a própria federação. Os patrocinadores da Fifa, que são muito fortes, automaticamente investem na Copa. Além disso, os estádios serão todos reformados e construídos pela iniciativa privada.

E os investimentos na infra-estrutura das cidades?Evidentemente que isso fica a cargo do estado, que já se comprometeu oficialmente a dar total apoio. Não se pode esperar que façamos metrô, viaduto, hospital. Na verdade, a Copa do Mundo apenas antecipa coisas que o estado tem a obrigação de fazer.

Apesar de a Copa ser um desejo do povo brasileiro, é certo que o senhor será criticado ao longo do processo. O senhor está preparado para receber críticas?Isso é normal em qualquer sociedade. Até Jesus Cristo foi crucificado. O que se tem que fazer é aproveitar as críticas construtivas. Mas sei que vai ter gente torcendo contra.

O senhor está preocupado com a questão da segurança, um problema que a maioria das grandes metrópoles do país enfrenta?O brasileiro sempre se mobiliza quando há um grande evento. E um exemplo foi o Pan. Não houve qualquer registro mais grave. Quando se oferece produto de boa qualidade, o povo responde afirmativamente. O mesmo torcedor que respeita o metrô quando vai para o jogo, depreda o estádio. E não é possível que ele vire bandido quando pisa no Maracanã.

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