Além de decidir suspender pagamentos da atual temporada do Brasileirão diante da crise provocada pela Covid-19, a Turner também parou de pagar um acerto milionário costurado no ano passado com seis clubes parceiros. Os valores são "compensações" pelas luvas extras de R$ 60 milhões oferecidas ao Palmeiras na assinatura do contrato da TV fechada.
A parcela deste ano, programada para abril, não foi depositada nas contas de Athletico, Coritiba, Bahia, Ceará, Internacional e Santos, segundo apurou a Gazeta do Povo. Os valores variam de time para time e seriam quitados ao longo do contrato, válido até 2024.
Coxa, Furacão e Tricolor de Aço têm quantias mais baixas a receber, na casa de R$ 1 milhão, já que adiantaram boa parte dos R$ 17 milhões que cada um aceitou como reparação pelo que foi pago "por fora" ao Porco em 2016. Os times paranaenses levaram R$ 13,6 milhões na primeira cota, enquanto a equipe baiana ficou com cerca de R$ 10 milhões. O fluxo de pagamento foi definido pelas próprias equipes.
De acordo com o contrato coletivo de transmissão do Brasileirão, as luvas seriam igualitárias (R$ 40 milhões por clube), mas o Palmeiras recebeu ao todo R$ 100 milhões. Para burlar a norma, foi feito um acordo à parte com cessão de direitos de transmissão de amistosos e base de dados de sócios. Como tem vínculo de apenas dois anos com a Turner, o Internacional recebeu valor proporcional como prêmio de assinatura. Já o Fortaleza, cujo acordo foi feito à parte, recebeu apenas R$ 3 milhões do grupo de mídia americano.
Esse imbróglio é mais um problema na relação entre os os clubes e a Turner. No mês passado, a empresa acusou os times de quebra de cláusulas contratuais na temporada passada, com multas individuais de quase R$ 300 milhões. O conglomerado tem intenção de rescindir os contratos firmados, mas ao mesmo tempo não quer sair perdendo e está disposto a uma brigar judicialmente.
>>> Como a Turner implodiu relação com os clubes parceiros
A reportagem entrou em contato com a Turner, mas a empresa disse, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar.
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