Seja no boxe ou no MMA (artes marciais mistas), uma boa luta não é feita apenas de bons lutadores. Promoção é a arma do negócio. A organização do Ultimate Fighting Championship (UFC) sabe disso. Os meio-pesados norte-americanos Jon "Bones" Jones e Quinton "Rampage" Jackson também.
Por isso, não espere uma simples disputa de cinturão hoje, em Denver, nos Estados Unidos, cidade onde o UFC nasceu. A provocação estará por todos os lados, inclusive dentro do octógono do Pepsi Center.
Verdadeiro ou mentiroso, o clima entre o campeão Jones e o desafiante Jackson se tornou hostil. Ódio foi a palavra mais citada por ambos nas semanas que antecederam o combate. Os dois lados dispararam sem parar. Houve até acusação de espionagem. Um prato cheio para a venda de pacotes de pay-per-view explodir.
"Vocês se gostam?", perguntou o apresentador Jimmy Kimmel, dono de um famoso talk-show norte-americano, na última terça-feira. Sentado ao lado do rival para divulgar o evento, Jones, 24 anos, titubeou por um segundo e respondeu que não.
Rampage, nove anos mais velho, o interrompeu e explicou o motivo de tanta animosidade. "Você vai perceber, assim que falar com ele, o quão convencido ele é. Não vi ninguém igual a ele", cutucou, arrancando risos da plateia.
Com 40 combates e 32 vitórias em onze anos de carreira, o experiente lutador que acusou o oponente de plantar um olheiro em seu treino explicou, na sequência, a diferença entre ser confiante e convencido.
"Esse garoto [Jones] não lutou com ninguém, ainda nem defendeu seu cinturão, e vem falar mal de mim", reclamou, com voz e cara de bravo, máscara que caiu cinco segundos depois. "Acho que na verdade vocês se gostam", provocou Kimmel, para tirar mais risos dos lutadores e do público.
Em parte, o apresentador está certo. Nem de longe a rusga entre eles tem a proporção dada pelo marketing em torno do duelo. E a estratégia provocativa funciona bem. Tão bem que flerta com o humor em muitos momentos e retorna ao ar de inimizade em poucos instantes.
Quando a jaula estiver fechada, porém, só um sairá sorrindo. Bones tem a seu favor a imprevisibilidade sentida por Maurício Shogun no ano passado, quando o curitibano perdeu o título da categoria , além de juventude e envergadura. Atributos que transformam Jackson em azarão nas casas de apostas.A mão pesada é o trunfo do ex-campeão do Pride e do UFC. Ele precisa manter a luta a curta distância para tentar ser o primeiro a checar se o queixo do mais jovem campeão do torneio é resistente.
"Estou no começo da carreira e tenho um queixo fresco. Isso vai me livrar de muitas coisas. Tenho paixão para não ser atingido, para não perder uma luta. Treino demais e por isso meu queixo não foi testado no octógono", garantiu Jones.
"Fico feliz que ele me subestimou. Sábado [hoje], vai se surpreender", retrucou o desafiante, cumprindo seu papel à risca.
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