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Júlio César cogitou encerrar a carreira após falhar no jogo contra a Holanda, em 2010, que custou a eliminação do Brasil | Albari Rosa, enviado especial/Gazeta do Povo
Júlio César cogitou encerrar a carreira após falhar no jogo contra a Holanda, em 2010, que custou a eliminação do Brasil| Foto: Albari Rosa, enviado especial/Gazeta do Povo

Brasil e Uruguai, quarta-feira (26), às 16 horas, no Mineirão, são o melhor exemplo do impacto causado pela Copa de 2010 para montagem do time visando 2014. É oito ou 80.

Da seleção de Dunga na África do Sul, sobraram apenas três jogadores na equipe de Felipão que disputa a Copa das Confederações. E o goleiro Júlio César era o único titular – Daniel Alves substituiu o lesionado Elano durante o Mundial e Thiago Silva estava na reserva. No Uruguai, o técnico Óscar Tabárez repete 17 jogadores entre os 23 convocados.

Números que se refletem na média de idade das seleções. A brasileira é de 26,1 e a uruguaia 28,2. Eleito o melhor jogador na África do Sul há três anos, o uruguaio Diego Forlán está com 34. Grande estrela brasileira, Neymar tem 22.

A renovação – iniciada por Mano Menezes entre o segundo semestre de 2010 e o final de 2012 – reforça a aposta de Felipão em um goleiro rodado. Júlio César está com 33 anos. "A partir do momento em que ele assumiu a seleção, foi nítido que ia mesclar experiência com jogadores jovens. O período que trabalhei com o [ex-treinador e atual coordenador técnico da seleção, Carlos Allberto] Parreira aqui também, entre 2003 e 2006, me ajudou bastante a voltar", afirmou o goleiro.

Ele diz ter chegado a pensar em parar após a falha na eliminação do Brasil contra a Holanda nas quartas de final do Mundial de 2010. "Mas foi coisa de momento", ponderou, antes de voltar a atenção ao presente. "Agora o fato de ter uma idade mais avançada, mas boa para goleiro, é importante para mim. A confiança [da comissão técnica] é no meu conhecimento no ambiente da seleção."

Os outros da equipe que já passaram dos 30 – estão exatamente com essa idade – são os goleiros reservas: Diego Cavalieri e Jefferson. O zagueiro Dante e o atacante Fred chegarão lá ainda neste ano. O Uruguai tem, além de Forlán, os goleiros Castillo (35) e Silva (30), o zagueiro Lugano (32), os meio-campistas Eguren (32), Pérez (30) e Arévalo (30).

Chamado de Maestro em seu país, Tabárez era incontestável após comandar o renascimento do futebol charrua com a campanha de semifinalista da Copa de 2010 e o título da Copa América em 2011. Porém os maus resultados nas Eliminatórias para o Mundial do Brasil trouxeram críticas. Especialmente pela falta de renovação.

"Não é fácil fazer mudanças em um time que conseguiu esses resultados", argumenta o Maestro. "Mas temos alguns jogadores novos. Na medida do possível vamos tentando fazer isso", acrescenta.

Os mais promissores, ambos com 22 anos, são o zagueiro Coates e o atacante Hernández – autor de quatro gols no massacre por 8 a 0 sobre o Taiti, domingo, mas por enquanto sem espaço na linha de frente titular composta por Forlán, Suárez e Cavani.

Se jovens como eles, ou os brasileiros mais novos – Lucas e Bernard, com 20 anos; Neymar, Oscar e Fernando, com 21 – podem jogar por anos nas seleções, o pilar da experiência Júlio César sabe que vive a chance derradeira.

"De dois anos para cá as coisas mudaram bastante na minha carreira [saiu da Inter de Milão para defender o Queens Park Rangers, rebaixado na Inglaterra]. Tenho de aproveitar bastante essa oportunidade. Falta um ano para a Copa. Todos sabem que o sonho de jogador é ser campeão do mundo. Hoje vejo a última oportunidade."

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