Entrada principal do abandonado Pinheirão: patrimônio da Federação Paranaense de Futebol está muito próximo de trocar de mãos| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Coritiba

Clube nega acerto com construtora

O vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, mais uma vez negou que o clube já tenha definido uma construtora para ser sócia no projeto do novo estádio do time. Segundo o mandatário alviverde não existe nenhuma conversa com possíveis parceiros para acertar a viabilização da obra. "Afirmo categoricamente que o Coritiba não teve contato e não existe nenhuma relação com a Andrade Gutierrez, OAS, ou qualquer outra construtora ".

Segundo informações apuradas pela Gazeta do Povo, representantes do Coxa teriam se reunido na semana passada com a OAS para tratar sobre o assunto. Andrade – como de costume nesta história – negou novamente que o encontro tenha ocorrido. "Eu não estive reunido com ninguém. É tudo especulação. Quem cuida do patrimônio do clube é a vice-presidência. Se alguém esteve reunido com alguma construtora e não me comunicou é problema de quem fez, porque quem responde a isso sou eu", afirmou.

O dirigente garantiu que o pensamento do clube neste momento é apenas o Campeonato Brasileiro e o planejamento da equipe para o ano que vem. Perguntado sobre onde ficaria o novo estádio neste cronograma, o cartola usou de ironia. "O estádio do Coritiba fica no Couto Pereira, na Rua Mauá", desconversou.

Cícero Bittencourt, especial da Gazeta do Povo

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Eleição

O grupo de comando o Coritiba (G9) deve se reunir amanhã para tentar chegar a um consenso sobre quem será candidato à presidência do clube na eleição de dezembro. "Na minha ótica o Vilson [Ribeiro de Andrade, atual vice] é o cara. Tem de ser ele [o presidente]", opinou Erneto Pedroso, membro do G9, deixando claro que Andrade é o nome da situação. Outro ponto de discussão será sobre a composição da cúpula coxa-branca, que perderá quatro integrantes a partir da próxima gestão.

Na véspera do leilão que colocará o Pinheirão à venda, a construtora OAS está negociando com a Federação Paranaense de Futebol (FPF) a compra do terreno. A triangulação tem como beneficiário direto o Coritiba.

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A empreiteira baiana não descarta resolver ainda hoje, antes mesmo da venda pública, selar a negociação. Para isso, no entanto, precisaria resolver pendências bu­­rocráticas do imóvel – com dívidas estimadas em R$ 60 milhões.

Para antecipar a transação em 24 horas, a grande interessada precisa também depositar R$ 5 milhões na conta da União. Esse valor, referentes a débitos da FPF em tributos federais, provocou a marcação do leilão (com lance inicial de R$ 66 milhões).

Caso não consiga resolver essas duas difíceis pendências, a OAS não teme entrar em disputa com uma concorrente amanhã. Por isso, entende ter até o dia 20 – data pré-agendada para um segundo leilão – para amealhar a condenada edificação.

A construtora é a que está le­­vantando a Arena das Dunas, sede de Natal para a Copa do Mundo. Participa ainda do consórcio da recriação da Fonte Nova, em Sal­­vador, também com vistas ao Mundial. Por fim, é a responsável pela nova casa do Grêmio, em Porto Alegre.

Procurada pela Gazeta do Povo, a OAS não quis se manifestar sobre o assunto – ao contrário do Coritiba, que negou mais uma vez com veemência (leia mais nesta página).

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Desde que o estádio foi colocado à venda (em 1.º de setembro), a FPF garante ter recebido diversas consultas – mas nada seduziu tan­­to como a OAS e a parceria com o Coxa. Entre as sondagens, houve uma proposta para erguer uma arena multieventos, sem futebol.

O presidente da Federação, Hélio Cury, não esconde a pressa em se desfazer do patrimônio, ação que sempre foi uma das bandeiras de sua gestão. "Vender o quanto antes seria melhor, claro, pois nos livraríamos das dívidas. Vamos ver amanhã [hoje]. Se alguém aparecer com o dinheiro, leva", diz o dirigente.

Caso vença a corrida pelo terreno de 124 mil m² do Tarumã, a OAS deverá tirar o Alviverde do Alto da Glória. O projeto prevê a cessão por parte do Coxa do Couto Pereira e do CT da Graciosa para receber um estádio com capacidade para 45 mil pessoas, ao custo de cerca de R$ 440 milhões.

No entanto, a mudança de mo­­rada dos coritibanos depende de uma aprovação de seu Conselho Deliberativo. Considerando a força e o prestígio do vice-presidente coxa-branca Vilson Ribeiro de Andrade – ele tem tudo para ser aclamado presidente na eleição ao final do ano – o acerto não deve encontrar resistência.

Outro componente da empreitada poderia ser o Grupo J. Malucelli. O conjunto de empresas paranaense chegou a negociar uma parceria com a OAS, mas optou por esperar. "O preço não está muito convidativo e é uma região de difícil viabilização", declarou Joel Malucelli, presidente-fundador do grupo.

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