Opinião
Eduardo Luiz Klisiewicz, repórter
Despedida com atraso
O Ronaldo foi um exemplo durante toda sua carreira. Rapidamente tornou-se ícone de toda uma geração por sua jovialidade, alegria e, acima de tudo, talento inquestionável. Fez rir, chorar, amar, odiar. Causou. No auge o destino tentou derrubá-lo. Lesão em cima de lesão e mais uma vez Ronaldo foi exemplo. Agora (de anos para cá) a proximidade do fim o transformou mais uma vez em exemplo. Como poucos ele conseguiu manchar uma carreira com "escorregões vexatórios" e atuações pífias. Virou um ex-jogador em atividade. Com o mesmo carisma, mas sem brilho.
O ano de 2011 ainda nem começou e já se anuncia como um marco para o futebol brasileiro. Na próxima temporada, assistiremos à despedida de Ronaldo dos gramados, vestindo a camisa do Corinthians. O Fenômeno, um dos maiores esportistas da história, apenas encabeça a lista de atletas que farão do ano que vem o último de suas carreiras.
"Quero dar o meu máximo e me divertir bastante", diz Ronaldo, 35 anos, bicampeão mundial com a seleção brasileira, em 1994 e 2002, maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols, e eleito melhor jogador do planeta pela Fifa em 1996, 1997 e 2002. "Espero terminar com conquistas importantes."
Outros artilheiros deixarão de povoar a grande área. Um deles é Washington, do Fluminense. Convivendo com um problema cardíaco desde 2003, o Coração Valente sairá de cena por recomendação médica e pode enveredar pela música, como empresário de duplas sertanejas.
"Ele está muito bem, levando uma vida saudável, mas não se pode exigir que com 35 anos jogue como um guri de 20", explica Costantino Costantini, cardiologista do maior artilheiro em uma edição de Brasileiro, com 34 gols, em 2004, pelo Atlético.
Outro é Kléber Pereira, 35 anos, campeão nacional em 2001 pelo Furacão e maior goleador da Arena, com 67 gols. Anteriormente, o Incendiário revelou o desejo de se aposentar na Baixada, mas não há negociação para que isso se concretize. Fora de campo, ele quer trabalhar para fortalecer o futebol do Maranhão, sua terra natal.
Quem também vai embora é o argentino Martin Palermo, maior artilheiro de todos os tempos do Boca Juniors, com 221 gols. O camisa 9 quer abandonar o futebol em junho, com o encerramento do Torneio Clausura. "Já tenho tudo decidido. Venho trabalhando muito com a psicóloga do clube e hoje digo abertamente que vou me aposentar", declara o centroavante, de 37 anos.
Ainda na grande área, o goleiro Marcos, também aos 37 anos, é mais um que anunciou sua retirada ao final de 2011. Campeão mundial em 2002 defendendo o Brasil, o arqueiro do Palmeiras sofre com lesões desde 2007. "Todo mundo sabe que não tenho mais condições de atuar 70 vezes por ano. Espero terminar por cima", afirma.
A temporada também será de despedida para nomes importantes de outros esportes. Lance Armstrong, 39 anos, melhor ciclista de todos os tempos, sete vezes campeão da Volta da França, é um dos que deve parar. Phil Jackson, 65 anos, técnico 11 vezes campeão da NBA, é outro a vestir o pijama, assim como o australiano Mark Webber, piloto de Fórmula 1, 34 anos.
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