“Quero dar o meu máximo e me divertir bastante. Espero terminar com conquistas importantes.” - Ronaldo, atacante do Corinthians| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Opinião

Eduardo Luiz Klisiewicz, repórter

Despedida com atraso

O Ronaldo foi um exemplo durante toda sua carreira. Rapidamente tornou-se ícone de toda uma geração por sua jovialidade, alegria e, acima de tudo, talento inquestionável. Fez rir, chorar, amar, odiar. Causou. No auge o destino tentou derrubá-lo. Lesão em cima de lesão e mais uma vez Ronaldo foi exemplo. Agora (de anos para cá) a proximidade do fim o transformou mais uma vez em exemplo. Como poucos ele conseguiu manchar uma carreira com "escorregões vexatórios" e atuações pífias. Virou um ex-jogador em atividade. Com o mesmo carisma, mas sem brilho.

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O ano de 2011 ainda nem começou e já se anuncia como um marco para o futebol brasileiro. Na próxima temporada, assistiremos à despedida de Ronaldo dos gramados, vestindo a camisa do Corin­thians. O Fenômeno, um dos maiores esportistas da história, apenas encabeça a lista de atletas que fa­­­rão do ano que vem o último de suas carreiras.

"Quero dar o meu máximo e me divertir bastante", diz Ronaldo, 35 anos, bicampeão mundial com a seleção brasileira, em 1994 e 2002, maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols, e eleito melhor jogador do planeta pela Fifa em 1996, 1997 e 2002. "Espero terminar com conquistas importantes."

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Outros artilheiros deixarão de povoar a grande área. Um deles é Washington, do Fluminense. Con­­vivendo com um problema cardíaco desde 2003, o Coração Valente sairá de cena por recomendação médica e pode enveredar pela mú­­sica, como empresário de duplas sertanejas.

"Ele está muito bem, levando uma vida saudável, mas não se pode exigir que com 35 anos jogue como um guri de 20", explica Cos­tantino Costantini, cardiologista do maior artilheiro em uma edição de Brasileiro, com 34 gols, em 2004, pelo Atlético.

Outro é Kléber Pereira, 35 anos, campeão nacional em 2001 pelo Furacão e maior goleador da Are­na, com 67 gols. Anteriormente, o Incendiário revelou o desejo de se aposentar na Baixada, mas não há negociação para que isso se concretize. Fora de campo, ele quer trabalhar para fortalecer o futebol do Ma­­­­­ra­­nhão, sua terra natal.

Quem também vai embora é o argentino Martin Palermo, maior artilheiro de todos os tempos do Boca Juniors, com 221 gols. O camisa 9 quer abandonar o futebol em junho, com o encerramento do Torneio Clausura. "Já tenho tudo decidido. Venho trabalhando muito com a psicóloga do clube e hoje digo abertamente que vou me aposentar", declara o centroavante, de 37 anos.

Ainda na grande área, o goleiro Marcos, também aos 37 anos, é mais um que anunciou sua retirada ao final de 2011. Campeão mun­­­­dial em 2002 defendendo o Brasil, o arqueiro do Palmeiras sofre com lesões desde 2007. "Todo mundo sabe que não tenho mais condições de atuar 70 vezes por ano. Espero terminar por cima", afirma.

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A temporada também será de despedida para nomes importantes de outros esportes. Lance Armstrong, 39 anos, melhor ciclista de todos os tempos, sete vezes campeão da Volta da França, é um dos que deve parar. Phil Jackson, 65 anos, técnico 11 vezes campeão da NBA, é outro a vestir o pijama, assim como o australiano Mark Webber, piloto de Fórmula 1, 34 anos.