A Copa do Mundo de 2014 será no Brasil? O Pan do Rio será um sucesso ou um fracasso? Guga volta ao topo do tênis? Ou é mais fácil Ronaldo emagrecer e Ronaldinho convencer a todos que, afinal, não é pipoqueiro? A Arena, concluída, será um dos estádios do Mundial? Como será a estréia do Paraná na Libertadores? E o Coxa, sobe? Como todo o ano, 2007 começa com muitas dúvidas em todas as áreas, inclusive no esporte. A diferença é que tudo o que for feito quadras, pistas e gramados neste ano tem peso decisivo no futuro do seu clube, do seu ídolo, do esporte no país.
Um sonho perto da realidade
Em nenhum ano a conclusão da Arena esteve tão perto como em 2007. Sem o Colégio Expoente como vizinho, a finalização só depende do Atlético. E aí está o problema. A única certeza do clube é que o Caldeirão completo poderá receber 40 mil pessoas. No resto, muitas dúvidas. A primeira é quanto ao projeto. A diretoria rubro-negra tem três propostas na mão, mas ainda não escolheu nenhuma.
Uma delas, elaborada pelo escritório paulista Vigliecca, veio parcialmente a público, deixando a torcida atleticana de olhos arregalados. Se esse projeto será levado adiante, só Mário Celso Petraglia sabe. O cartola também é o único capaz de responder como será financiada a obra. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma opção, principalmente se for criada uma linha de crédito para reformas visando à Copa de 2014. Um investimento estrangeiro, contudo, não está descartado.
A Copa começa em janeiro
No dia 7 de novembro deste ano, a Fifa vai anunciar o país-sede da Copa do Mundo de 2014. Para a CBF, apenas uma mera formalidade para algo que a entidade já dá como certo, a despeito a inesperada candidatura colombiana: o Mundial voltará ao Brasil após 64 anos.
Se politicamente o "jogo" parece ganho, o país ainda tem um longo caminho a trilhar em termos de infra-estrutura. No fim de janeiro, a CBF receberá o caderno de encargos, com todas as exigências para que o Brasil possa organizar a competição.
A grande preocupação é com os estádios, que precisam, na melhor das hipóteses, de reforma. Maracanã, Olímpico e Arena são alguns que já têm projetos em fase de estudo. O problema passará a ser de onde sairá o dinheiro: do governo ou da iniciativa privada. Depois de recebido o caderno de encargos, governo e CBF devem elaborar um plano de ação para a Copa.
Os primeiros testes de Dunga
Dunga fechou seu primeiro semestre à frente da seleção com um desempenho respeitável: cinco vitórias, um empate, nenhuma derrota. Apesar da polêmica pela insistência em manter Ronaldinho no banco, acalmou os críticos e colegas de profissão que haviam ficado indignados com a sua escolha. Uma calmaria que pode se transformar em unanimidade em 2007. Ou cair por terra.
O treinador começará o ano torcendo pela seleção sub-20. O sucesso dos garotos no Sul-Americano, classificatório para a Olimpíada de Pequim, definirá se Dunga estará na China em busca do título que falta ao futebol brasileiro.
Com a seleção principal, os primeiros testes de verdade, um deles valendo taça. Em junho, a Copa América da Venezuela, com promessa de força máxima. A partir de setembro, as eliminatórias para a Copa de 2010 começam a definir se o capitão do tetra será protagonista ou apenas torcedor na campanha pelo hexa.
Procura-se um novo Schumacher
Michael Schumacher foi personagem central das últimas 16 temporadas da Fórmula 1. Seja como jovem promissor, antagonista ou sucessor de Senna, vilão, supercampeão, mito. Em 2007, com o alemão aposentado, a categoria buscará um novo rei. E candidatos não faltam.
Fernando Alonso é o nome mais forte. Bicampeão, seria barbada na sucessão de Schumi não fosse um detalhe: trocará a Renault pela McLaren, escuderia que ainda procura o rumo perdido após os títulos de Mika Hakkinen em 98 e 99.
A mesma incógnita cerca a Ferrari. Após uma década nas mãos de Schumacher e Ross Brown, a escuderia aposta na dupla Felipe Massa e Kimi Raikkonen. Embalado pela vitória no GP do Brasil e sem a sombra de Schumi, Massa é o brasileiro com maior chance de título após a era Senna. Entre os coadjuvantes, outras boas apostas, como Lewis Hamilton, Heikki Kovalainen, Giancarlo Fisichella e Jenson Button.
O último tango em Paris?
A perspectiva de Gustavo Kuerten para 2007 poderia ser a mesma de 2006, com apenas a devida atualização do ano e do tempo que o tenista está longe da elite mundial da raquete. Jogar sem dor, conseguir bons resultados, voltar a ser um top... Metas comuns para Guga desde que o quadril começou a incomodar, em 2002.
A diferença entre este ser o ano da virada e mais uma temporada no quase pode estar fora das quadras. Guga investiu pesado na recuperação física em 2006, priorizando a recuperação em vez de cair na tentação de voltar logo às quadras. A recontratação de Larri Passos também pode ser decisiva. Tutor de Kuerten nos seus melhores anos, o técnico sabe como ninguém extrair o melhor do seu pupilo. Só resta saber se Guga ainda tem disposição para partir do zero. E talvez ser recompensado em junho, no piso vermelho de Roland Garros, onde tudo começou.
Quadrado busca a magia perdida
Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano começaram 2006 como os vértices do quadrado mais mágico, milionário e eficiente do mundo da bola. Aqueles que iriam dar ao Brasil o hexacampeonato mundial na Alemanha. Viraram o ano em baixa, e agora tentam resgatar sua aura de reis da bola.
Ronaldinho é quem tem mais terreno a reconquistar. Nem o seu lugar como titular da seleção é garantido, fruto da relutância de Dunga em dar-lhe a camisa 10 e das atuações discretas acumuladas com a amarelinha. Além disso, tentará recuperar a condição de melhor do mundo.
Ronaldo nem tem mais a pretensão de ser o melhor do planeta. Se firmar como titular no Real Madrid, encaixar uma série de jogos, fazer as pazes com a balança e marcar seus gols já está ótimo para o Fenômeno.
A mesma paz procurada por "El Gordo" é a meta de Adriano. O Imperador terá de apagar a imagem de jogador-problema, fruto das noitadas na Suíça, na Alemanha e no Rio de Janeiro. Assim como Ronaldo, a seleção também parece um sonho distante a curto prazo.
Já Kaká vive uma situação diferente. Sua imagem na Copa foi a menos arranhada dentro do quadrado. Dunga o vê como um líder da nova seleção. O problema está na Itália. O Milan não é nem sombra do time das últimas temporadas. E Kaká caiu junto com a equipe rubro-negra.
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