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De um lado "Tricolor é meu amor", do outro "Fora, Givanildo". Os hits do momento na arquibancada evidenciam a enorme diferença que separa Paraná e Atlético. Separados por apenas três quilômetros – a distância entre o início da Rua Engenheiros Rebouças, em frente à Vila Capanema, e o seu fim, no portão principal da Arena –, os rivais chegam ao clássico de amanhã, no Pinheirão, em situação bem diferente, que faz o clichê "clássico de opostos" se encaixar perfeitamente no confronto. Sob quase todas as comparações, o Tricolor tem motivos para esbanjar confiança: está acima na tabela, em paz com a torcida, tem um técnico identificado com o clube e jogadores motivados pela boa campanha.

A goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, em Volta Redonda, foi a quarta vitória seguida do time da Vila Capanema, que o colocou em quinto na tabela, apenas quatro pontos distante da zona da Libertadores (18 contra 22 do Fluminense).

Na outra ponta da Rebouças, o empate e a má apresentação no 0 a 0 em casa contra o Fortaleza tiraram a alegria dos atleticanos e a confiança de que o time pode ir além da atual 10.ª posição, com 14 pontos.

As diferenças entre os rivais não param por aí. Entrevistas com integrantes da comissão técnica e jogadores são totalmente liberadas no Paraná, criando um ambiente amigável e de poucas polêmicas. No Rubro-Negro, as "janelas para a imprensa" que controlam qualquer contato do clube com o mundo externo deixam o clima nebuloso.

Se do lado atleticano Dagoberto trocou farpas durante a semana com o técnico Givanildo Oliveira, numa história que continua mal explicada até agora, o treinador paranista Caio Júnior tem todo o grupo na mão e conta com lideranças indiscutíveis, como o goleiro Flávio.

"É mais um clássico na minha vida. Jogando em casa e estando melhor na tabela a responsabilidade do resultado é maior do nosso lado", reconhece o Pantera, maior ídolo do elenco paranista, campeão brasileiro de 2001 pelo Furacão, mas que não gosta nem de falar o nome do ex-clube, a quem se refere como "a equipe rival".

Os atleticanos apostam na reviravolta que uma vitória nestas circunstâncias pode causar. "Eu mesmo já joguei vários clássicos com um time na pior e outro bem, mas de repente o que estava mal ganhou", diz Givanildo, que não vê um momento tão ruim do Furacão. "Não é o nosso caso. É verdade que estamos devendo, mas a situação não é desesperadora", ameniza.

Talvez a única vantagem rubro-negra no momento seja no conjunto entre público e estádio. Enquanto ostenta uma média de 10.443 pagantes por jogo na Arena, o Paraná, que continua usando o alugado Pinheirão, não chega à metade disso.

Porém, insatisfeita, dificilmente a torcida atleticana vai em bom número amanhã. Preparados para entrar em campo sem o costumeiro apoio da arquibancada e na parte de baixo do "clássico de opostos", o que mais os rubro-negros querem é terminar o domingo repetindo o clichê que usaram como motivação, talvez o mais célebre de todos no futebol: "em clássico não tem favorito". Aliás, chavão que os paranistas também não dispensaram, temendo assumir o favoritismo e causar mal entendidos com o outro lado.

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