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Com quase todos os grandes clubes brasileiros recebendo suas arenas novinhas em folha por conta do tsunami da Copa do Mundo no país, alguns deles, como o Coxa, estão deixando o bonde passar e estarão entre os poucos que não contarão com um portentoso estádio para chamar de seu.

As grandes tetas na União bancarão nada menos do que incríveis 97% do custo para levantar as 12 arenas da Copa, ou R$ 6,7 bilhões, muito acima dos 2,3 bilhões projetados inicialmente, segundo último levantamento do governo.

Mesmo estádios particulares, que não recepcionarão jogos da Copa, ergueram seus pilares fortalecidos pelas proteínas extraídas dos úberes do tesouro nacional. É o caso da Arena Grêmio, que será inaugurada hoje. Os mesmos benefícios fiscais concedidos aos colorados foi dado aos tricolores gaúchos. Tão bons quanto, pois até ganhou o terreno onde levantou sua arena.

E o Coxa, o que poderia ter feito? Certamente construir a reta da Mauá não é grande coisa. Aquele trecho é como uma boca banguela que receberá uma "jaqueta"; e diante de uma Arena da Baixada concluída, o Couto vai parecer algo como as Ruínas de São Francisco. Seu vizinho do Água Verde (sempre achei irônico o endereço do Rubro-Negro ter "verde" em sua alcunha), dará um gigantesco salto à frente do rival do Alto da Glória no quesito casa própria.

Claro, existem planos de demolir o Gigante de Concreto Armado e fazer novas fundações em parceria com a iniciativa privada. Isso até já está no papel, vimos. Mas já deveria estar acontecendo há tempos. O Coxa tinha de ter dado um jeito de embarcar neste boom de estádios novinhos Brasil afora. Alguma engenharia tinha de ter sido arranjada. O Grêmio fez isso e foi rápido com o concreto e o ferro; sua arena será a primeira a ser inaugurada no país da Copa.

Depois da Copa, quem não construiu seu estádio dificilmente vai construir a curto ou médio prazo. Assim que o último sopro no apito for dado no Mundial tupi-guarani, o país certamente mergulhará numa gigantesca ressaca, com o Brasil sendo campeão ou não.

Daí que ninguém vai querer nem ouvir falar de estádio, arena, arquibancada, etc., por um bom tempo.

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Este cartunista – e dublê de cronista esportivo – voltará a este espaço em janeiro, junto com o retorno da bola rolando. Se os maias estiverem errados e passarmos por 21/12, boas entradas – e saídas – para todos nós.

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