![Um gigante cinquentão adormecido Ginásio está interditado desde 2013 pelo Corpo de Bombeiros por razões de segurança | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/01/c537744d14d337862f8ba0f8d29f52c5-gpLarge.jpg)
Aliado antigo, vôlei clama por mudanças
O vôlei é o esporte que tem mais ligação com o Ginásio do Tarumã. As seleções masculina e feminina jogaram diversas vezes por lá, bem como o time do Rexona, que ganhou a torcida curitibana enquanto esteve na ativa entre 1997 e 2004. A modalidade, contudo, agora está distante.
"Público para lotar o Ginásio do Tarumã teríamos facilmente. É só trazer equipes de ponta e seleções. Mas falta vontade do poder público para manter uma sede no mínimo arrumada. Enquanto Curitiba padece, Maringá com o [ginásio] Chico Neto tem equipe de Superliga e recebe a seleção brasileira", lamenta o diretor-executivo da Federação Paranaense de Voleibol, Olegário Stinglin.
Desde a retirada do Rexona, comandado pelo técnico Bernardinho, nenhum outro time cogitou a hipótese de estabelecer sede na capital paranaense.
O ex-jogador Giba e o jogador de vôlei de praia Emanuel chegaram a fomentar a vinda de uma equipe para Curitiba, mas a ideia não ganhou adeptos e ficou pelo caminho. Além da dificuldade de encontrar um patrocinador, não há como propor um projeto sem um espaço adequado.
Nem jogos isolados da Superliga ou das seleções o Tarumã é capaz de abrigar, muito menos de competições oficiais da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), como a Liga Mundial."Neste ano a CBV [Confederação Brasileira de Voleibol] quer trazer dois amistosos da seleção para o Paraná. Mas aqui em Curitiba não temos uma casa para poder receber e é provável que os jogos sejam em Maringá", completa Stinglin.
O Ginásio do Tarumã completa 50 anos na próxima quinta-feira, 29 de janeiro. Não fosse pelo passado repleto de bons momentos, não haveria motivos para comemoração.
INFOGRÁFICO: Relembre parte da história do ginásio
O principal aparelho poliesportivo de Curitiba está abandonado. Interditado pelo Corpo de Bombeiros no final de 2013, o último evento no local ocorreu em outubro daquele ano, a Copa Brasil de futebol para cegos. Não recebeu mais atletas nem público desde então.
Do lado de fora, mato. Dentro, portas descascadas e janelas quebradas. O piso tem remendos e buracos. Nas salas e vestiários, muita coisa empilhada e jogada: macas, mesas, colchonetes, cordas, cones. O dormitório está esquecido. Um cenário bem diferente daquele vivido ao longo da sua história.
O Professor Almir Nelson de Almeida recebeu esse nome em 1977, em homenagem ao ex-jogador de basquete sediou grandes eventos.
O primeiro, em 1963, antes mesmo da inauguração oficial, com a primeira fase do Mundial de Basquete. Sediou Sul-Americano e Mundial de vôlei e foi a casa do time de vôlei feminino do Rexona entre 1997 e 2004. Em 2010 foi palco de três jogos da seleção brasileira de vôlei masculino, o mais recente estalo do ginásio, com lotação máxima.
Nos últimos anos o Tarumã passou por diversas intervenções. Teve o telhado reformado em 2009 e recebeu ajustes em 2010. Nenhuma grande reforma que colocasse o ginásio em completo funcionamento e apto a sediar competições importantes.
"Precisamos reformar completamente a parte estrutural e não fazer reformas pontuais. Ou fazemos bem feito ou será um local para pequenos eventos. E o Tarumã é para grandes eventos", aponta Diego Gurgacz, presidente do Instituto Paranaense de Ciência do Esporte (IPCE), autarquia da Secretaria Estadual de Esporte e Turismo.
O projeto básico prevê a troca dos assentos, que hoje são de madeira, por cadeiras. A lotação total ficaria em 5.245 lugares. Além disso, o telhado, o piso e toda a instalação hidráulica seriam trocados. Tudo em conformidade com as exigências do Corpo de Bombeiros, que apertou as regras após a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013.
O empreendimento é estimado em R$ 10 milhões. Só para fazer um projeto completo são necessários R$ 500 mil. A expectativa da Secretaria é que esse montante seja bancado pelo Ministério do Esporte. Dos cofres do estado dificilmente sairá algum dinheiro.
No início do ano passado, o então ministro do Esporte Aldo Rebelo havia sinalizado positivamente para a intervenção, mas o período eleitoral e a mudança na pasta George Hilton assumiu o cargo devem atrasar o processo. A esperança do governo estadual está no recém-eleito deputado federal Evandro Rogério Roman, ex-secretário de Esporte. Em Brasília, ele poderá costurar o acordo com mais agilidade.
Caso a reforma do Tarumã não vá para frente, há um plano B. Este, no entanto, dá fim ao aparelho como praça esportiva para transformá-lo em museu. É a opção mais simples e barata, e que significaria a morte do cinquentenário ginásio.
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