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Hoje completa um mês do Atletiba mais violento da década. Em 25 de outubro, o clássico de número 341 teve de saldo uma morte, 28 ônibus danificados, confusões entre as duas torcidas em pelo menos 14 pontos de Curitiba e região metropolitana (principalmente nos terminais de ônibus) e R$ 6,3 mil em danos ao patrimônio público. Desde então, muito se falou, pouco se fez.

Na semana após a partida, Mi­­nistério Público Estadual, Polícia Militar, dirigentes, torcedores e Urbs reuniram-se, deram sugestões sobre o que fazer para reduzir a violência no futebol. A proposta de clássicos com torcida única foi logo descartada. Aumento do policiamento nas ruas, penas alternativas para os envolvidos em tumultos entre torcidas e criação de juizados especiais foram outras medidas levantadas, mas que seguem sem data para entrar em vigor. O mesmo vale para o pagamento dos danos ao transporte coletivo por quem quebrou o veículo, proposta feita pela Urbs, mas ainda sem resposta do MP.

A única ação a sair timidamente do papel é o cadastramento dos integrantes de torcida organizada. Os dados, porém, não retratam a realidade. A Os Fanáticos en­­caminhará 1.036 cadastros à PM.

"Nos já tivemos 25 mil nomes, mas em arquivos bem defasados. O que temos hoje veio dos sócios que nos procuraram para atualizar os dados", explica o presidente da organizada, Julião Sobota.

Na Império Alviverde, cerca de 200 nomes vão compor a listagem. "São dos sócios que atualizaram dados via internet. O cadastramento não vai resolver nada", critica Luís Fernando Correia, o Papagaio, presidente da facção.

O comandante do Policiamento da Capital, coronel Jorge Costa Fi­­lho, afirma que mesmo com dados incompletos o cadastro é o primeiro passo de uma política "linha dura" de combate à violência. "Pensamos nas ações para o Es­­tadual de 2010. Vamos começar a qualificar todos os envolvidos nos tumultos", afirmou.

"Todos os segmentos da sociedade devem se envolver. Hoje muitos dos casos não chegam ao MP por­­que a polícia não lavra o auto de infração", diz o procurador-ge­­ral de Justiça do Paraná, Olympio Sotto Maior. Ele afirma que juizados especiais que deem a pena já no dia do jogo não são condizentes com o modelo judiciário brasileiro.

Condutor do veículo que atropelou o atleticano João Henrique Mendes Xavier Vianna, estudante de Direito, o coxa-branca Krysto­­pher Martins Salvador Lopes, estudante de Administração, segue preso desde o dia do jogo. Ele responderá por homicídio doloso.

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