A revitalização do meio-de-campo atleticano exaltada por Antônio Lopes após a vitória contra o Botafogo, por 2 a 0, coincide com a chegada de Cristian ao Rubro-Negro. O atleta de 22 anos, que veio do Paulista, marca, chega ao ataque com facilidade, lança e chuta bem de fora da área, características que o Atlético não via em um volante desde a saída de Kléberson, em 2003. Com tantas qualidades, bastaram dois jogos para que ele ganhasse a confiança do Delegado: "É um volante moderno, tem desprendimento", diz treinador.
Cristian agradece as palavras do comandante, mas prefere menos alarde sobre suas atuações. Tímido, muitas vezes o jogador chega a se "esconder" da imprensa para evitar as entrevistas, em uma atitude inversa a de quando entra em campo. "Ainda não estou acostumado, lá dentro é mais fácil", afirma o jogador, que teve um entrosamento com a equipe mais rápido do que o normal.
No curto período vestindo a camisa rubro-negra, Cristian já deu dois passes que terminaram em gols (o segundo contra o Inter iniciou dos pés dele e o lance do pênalti sofrido por Evandro começou em um lançamento do volante) e sofreu o pênalti que Denis Marques desperdiçou contra o Botafogo.
Na comparação com Kléberson, Cristian afirma também ver alguma semelhança com o seu estilo de jogo. Mas afirma: apenas semelhança. "Eu sou eu e ele é ele. Temos muita facilidade para sair para o jogo, mas eu quero fazer a minha história no Atlético sem esse tipo de comparações", pede.
Vai ser difícil. Até o preparador Riva de Carli, que conviveu quatro anos com o Xaropinho no Rubro-Negro, notou. "Só que o Kléberson tinha uma vantagem, ele era ambidestro, o que facilitava muito na hora de receber a bola e dar o passe", lembra. Cristian é destro.
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