Sucre Contra toda uma lista de dificuldades, que inclui os 4.070 metros de altitude em Potosí, o frio dos Andes bolivianos e uma viagem de três horas de ônibus antes de entrar em campo, o Paraná vai buscar no duelo de hoje com o Real Potosí, às 19 horas (18 h locais), a classificação , com uma rodada de antecedência, para as oitavas-de-final da Libertadores.
Para confirmá-la, o Tricolor precisa vencer e acabar com qualquer chance de ser ultrapassado pelo time da casa. Um empate também não seria mau negócio, pois, apesar de não garantir a vaga matematicamente, deixaria os paranistas precisando de apenas mais um ponto em casa na última rodada contra o lanterna Unión Maracaibo, enquanto o Potosí terá de encarar o líder Flamengo no Maracanã.
"O pensamento é esse mesmo: voltarmos classificados ou pelo menos numa situação tranqüila para decidir na Vila Capanema", afirmou o volante Beto, capitão da equipe, num discurso parecido com o dos companheiros, que só não admitem perder hoje e complicar uma campanha que parecia tranqüila.
Apesar de ninguém falar abertamente sobre o assunto, o Tricolor já pensa na próxima fase. E tanto comissão técnica quanto jogadores sabem que o time precisa somar o máximo de pontos possíveis para, teoricamente, pegar um adversário mais fraco no primeiro mata-mata. A situação atual, por exemplo, não é das mais confortáveis: aponta o Tricolor como pior campanha entre os 16 classificados, o que levaria a um confronto com o Santos, até aqui o bicho-papão do torneio com 100% de aproveitamento.
Um atenuante ao receio de jogar na altitude de Potosí é saber que, apesar das adversidades, os outros dois times do grupo conseguiram empates no Estádio Mario Mercado Vaca Guzmán (ambos por 2 a 2). E, depois de estarem perdendo, chegaram à igualdade no segundo tempo, já debilitados pelo ar rarefeito com apenas 60% do oxigênio encontrado ao nível do mar.
Já na vitória de 2 a 0 do primeiro turno, na Vila Capanema, ficou evidente a superioridade tricolor sobre o adversário de hoje. "Já mostramos que podemos ganhar deles", confirmou o zagueiro Daniel Marques. "O problema é que desta vez não é só técnica e tática", ponderou num segundo momento, ciente de que o time terá de se sacrificar bastante se quiser pelo menos repetir o que fizeram cariocas e venezuelanos por lá.
A delegação, que veio de Santa Cruz de la Sierra a Sucre em um vôo fretado ontem à tarde, embarca hoje após o almoço para percorrer de ônibus íngremes 170 quilômetros até o local da partida. Ao subir de 2.800 metros de altitude para 4.070 a temperatura deve cair de cerca de 15 graus para menos de 10, com tendência a baixar mais ainda de noite. Por isso, além dos imprescindíveis cilindros de oxigênio, camisas de jogo de manga longa e luvas se tornaram parte da bagagem para buscar no topo da montanha a classificação.
- Na TV: Real Potosí x Paraná, às 19 horas, no Sportv.
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Em PotosíReal Potosí x Paraná
Real PotosiBurtuvoy; Eguino, Paz e león; Colque, Suárez, Calustro, Brandan e Gatty; Peña e Edu Monteiro. Técnico: Luis Galarza.
ParanáFlávio; Daniel Marques, João Paulo e Toninho; Goiano, Xaves, Beto, Gérson e Egídio; Henrique e Dinélson. Técnico: Zetti.
Estádio: Vaca Guzmán. Horário: 19 horas (de Brasília). Árbitro: Ricardo Grance.
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