Enquanto o Flamengo recorre a São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, o Coritiba apela a um "pastor" para se manter na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Dono de um tom de voz calmo e um forte discurso motivacional que justificam a comparação, Márcio Araújo foi contratado ontem para assumir a equipe nas oito rodadas finais da competição.

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A diretoria alviverde evitou confirmar a contratação de Araújo antes da partida contra o Internacional, no Beira-Rio. A diretoria julgou que o anúncio do novo treinador desmotivaria o interino Cláudio Marques, indicado para comandar a equipe em Porto Alegre. No entanto, a notícia de que o Coritiba já havia contratado um técnico – e que ele estaria no Rio Grande do Sul à noite – "vazou" para a imprensa.

Somente após o jogo a contratação do treinador foi confirmada oficialmente. No vestiário do Beira-Rio, o comandante alviverde procurou ver aspectos positivos do momento atual da equipe.

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"Mesmo com sete derrotas não houve um jogador expulso, desvario emocional. Se a equipe estiver segura e confiante, poderá superar qualquer dificuldade", afirmou ele, que chega ao Alto da Glória com o auxiliar-técnico Niltinho e o preparador de goleiros Luiz Henrique, camisa 1 do Coritiba nos anos 90.

Márcio Araújo foi um dos primeiros nomes cogitados para assumir a equipe já na terça-feira, após a derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, no Couto Pereira, que determinou o retorno de Lopes Júnior à condição de auxiliar. Inicialmente, o "pastor" concorria com Lori Sandri, Levir Culpi e Paulo Bonamigo.

Os três, no entanto, foram descartados. Lori acertou com o Atlético-MG, Levir Culpi disse que só pretende voltar a trabalhar em 2006 e Bonamigo, apesar de aceitar o convite alviverde, não foi liberado pelo Marítimo, de Portugal, clube com o qual ele tem contrato até maio do próximo ano.

Araújo foi jogador do Coxa em 1991, quando a equipe comandada por Levir Culpi avançou até a semifinal do Brasileiro da Segunda Divisão, sendo eliminado pelo Guarani.

Em 99, ele voltou ao clube como técnico, no lugar de Abel Braga. O time disputou dez jogos sob seu comando: venceu cinco, empatou quatro e perdeu um, ficando muito próximo da vaga às quartas-de-final do Brasileiro daquela temporada.

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As partidas mais marcantes da campanha do Coritiba foi um clássico contra o Atlético, no Couto Pereira, que a equipe virou em três minutos e venceu por 2 a 1.

Um ano antes, Márcio Araújo salvou o Paraná do rebaixamento. Em 2005, treinou o Avaí na Série B. O clube catarinense foi eliminado na segunda fase da competição.