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Berlim – A França é o reflexo de Zidane, apesar do impressionante jogo coletivo sem a bola, defensivamente. Já a Itália tira da união, da colaboração mútua sua força, especialmente no aspecto ofensivo. Cada um à sua maneira, mas com estilos parecidos, os dois times decidem hoje, às 15 horas (Brasília), quem é o melhor do mundo. Pelo menos até 2010.

Os fiascos na Copa-2002, na Coréia e no Japão, e na Eurocopa-2004, em Portugal, quando os franceses falharam ao defender os dois principais títulos de seleções no futebol mundial, levaram Zidane a pendurar a camisa azul. No entanto, ao ver a equipe treinada pelo supersticioso Raymond Domenech em perigo nas Eliminatórias, o camisa 10 – guiado por vozes misteriosas, como ele mesmo definiu – suspendeu a aposentadoria e carregou consigo Thuram e Makelele, que também havia deixado o time Nacional.

"Precisamos encontrar esse brilho que agora está faltando, algo que costumávamos ter, mas que nos deixou", disse o meia do Real Madrid na época do retorno.

Quando aceitou a missão, a França era quarta colocada em um grupo com Suíça, Israel, Ilhas Faroe, Chipre e Irlanda. Faltavam quatro jogos e apenas o primeiro teria vaga automática. Somente os dois melhores colocados no geral teriam a mesma mamata – o que acabou ocorrendo. Três vitórias, um empate. Passaporte carimbado.

Na primeira fase de seu último Mundial, Zidane esteve apagado. A França também. Ficou no 0 a 0 com a Suíça, no 1 a 1 com a Coréia do Sul e só assegurou a classificação nos últimos minutos do jogo com Togo: 2 a 0. E sem o astro, suspenso.

A partir daí o futebol eficiente na marcação ganhou o reforço da classe do careca de 34 anos. Sem ter acertado um chute sequer ao gol adversário na fase incial, ele refinou a pontaria. E tirou do fundo do baú a velha técnica que o consagrou três vezes o melhor jogador do mundo.

Matou a Espanha com um gol no fim do jogo antes de arrebentar contra o favorito Brasil. Com espaço graças à apatia verde-amarela, fez uma apresentação de gala. Deu chapéu em Kaká, Ronaldo e comandou a vitória por 1 a 0. Na semifinal, foi eficiente. Bateu o pênalti do novo 1 a 0 – resultado típico de um time cujo princípio é defender sempre, atacar se possível. No jogo sua aguardada despedida da seleção, em Berlim, Zidane será sinônimo de França. Sem exagero.

No combate aos "zidaneses", o trunfo da também retrancada Itália é a união. Fruto de um episódio triste do futebol do país em forma de bota: o escândalo de manipulação de resultados da liga nacional, envolvendo clubes grandes como Milan e Juventus, que têm 10 jogadores no grupo que está na Alemanha. Como já havia ocorrido em 1982, a polêmica mexeu com os atletas e o técnico Marcello Lippi admitiu ter usado o problema para garantir um elenco focado na vitória coletiva. O fator motivação extra funcionou.

Dos 11 gols feitos pelo time, apenas dois foram de um mesmo jogador. Façanha de Luca Toni, o número 9 da Azzurra. Ofensivamente, Totti é o destaque nas estatísticas – tendo feito um dos gols e dado o passe para outros três. Mas o time mostrou não depender dele. Prova disso é a eleição de sete italianos entre os 23 jogadores que compõem a seleção da Copa. Nas seis partidas que disputou, a Itália não repetiu a formação. Tanto que somente os dois goleiros reservas ainda não entraram em campo no torneio.

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Em Berlim

Itália x França

ItáliaBuffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Perrotta, Pirlo, Gattuso, Camoranesi e Totti; Luca Toni. Técnico: Marcello Lippi.

FrançaBarthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Vieira, Makelele, Ribery, Zidane e Malouda; Henry. Técnico: Raymond Domenech.

Estádio: Olímpico.Horário: 15 horas (de Brasília).Árbitro: Horacio Elizondo (ARG).

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