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Pela primeira vez em sua história o Coritiba pode ser rebaixado no campo para a Segunda Divisão do Brasileiro. Basta que não vença o Internacional hoje, às 16 horas, no Couto Pereira. Pior. Mesmo que ganhe, ainda precisa contar com uma derrota do São Caetano ou da Ponte Preta para se manter na elite do futebol nacional.

As lembranças do período negro em que o time se afastou dos grandes clubes do país – entre 1990 e 95, após ser rebaixado por um ato administrativo da CBF – aterrorizam a torcida alviverde. Talvez esse temor tenha sido o motivo da mobilização criada para salvar o time na reta final do campeonato.

O desejo de permanecer na Série A fez o apaixonado coxa-branca esquecer os inúmeros motivos para protestar e se unir à equipe. Quase dois mil torcedores invadiram São Caetano do Sul na semana passada e o Alto da Glória, que já lotou nos duelos com Figueirense (4 a 1), Corinthians (0 a 1) e Ponte Preta (2 a 1), vai estar cheio novamente hoje. "Temos a última chance de retribuir tudo o que estão fazendo por nós", diz o técnico Márcio Araújo.

Para desespero da torcida, nem todo o apoio evitou que o time chegasse à última rodada precisando de um pequeno milagre. Cálculos de especialistas apontam chances de mais de 70% de rebaixamento. "Mas a matemática aplicada ao futebol se torna uma ciência maluca. No final da rodada essa porcentagem pode ser zero", sustenta o zagueiro e capitão Reginaldo Nascimento.

Milagre verdadeiro quem precisa é o adversário. Ainda sonhando com o título, além de vencer e torcer por uma derrota do Corinthians, o Inter necessita tirar uma diferença de cinco gols no saldo. Ou seja, isso provavelmente só vai acontecer se, além de não conseguir se salvar, o Coxa terminar sendo goleado em casa.

Seria o golpe fatal na auto-estima coritibana. O ápice para as torcidas rivais, sedentas por comemorar como um título o rebaixamento do tradicional adversário. "Ninguém aqui pretende conviver com essa mancha na carreira", retruca o lateral-esquerdo Ricardinho.

É complicado mensurar o que o resultado de hoje vai representar para o futuro do clube. Para começar, pode definir o resultado da eleição de amanhã. A salvação daria força à chapa do atual presidente Giovani Gionédis, que tenta o terceiro mandato. Já o rebaixamento elevaria as chances da oposição, liderada por Tico Fontoura.

Se acontecer o pior, o escolhido terá de administrar um corte de pelo menos R$ 5 milhões no orçamento – referente à cota de transmissão dos jogos pela tevê – no momento de montar o time que tentaria voltar à elite. Permanecendo na Série A, a previsão é mais animadora: com dinheiro em caixa, a diretoria eleita poderia montar uma equipe mais competitiva em 2006.

Diante da vergonha e vários problemas decorrentes de uma queda, é fácil compreender por que a nação coxa-branca se mobilizou tanto. Como será simples entender por que vai comemorar como um título se o time terminar a tarde de domingo com o direito de permanecer entre os grandes.

Coritiba x Internacional, às 16 horas, no Premiere Esportes.

Em Curitiba

CoritibaDouglas; Rodrigo Batata (James), Anderson (Vágner), Nascimento e Ricardinho; Peruíbe, Capixaba, Jackson e Caio; Alcimar e Renaldo.Técnico: Márcio Araújo.

InternacionalAndré; Élder Granja, Bolívar, Vinícius e Jorge Wágner; Edinho, Tinga, Perdigão (Márcio Mossoró) e Ricardinho (Rentería); Fernandão e Rafael Sobis. Técnico: Muricy Ramalho.

Estádio: Beira-Rio. Horário: 16 horas. Árbitro: Elvécio Zequetto (MS). Auxs.: Paulo César Pereira de Freitas (MS) e Alécio Aparecido Lezzo (MS).

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