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O que menos importa na pancadaria de ontem é quem deu o primeiro soco. Torcida e jogadores estão errados. Os torcedores porque acham que o time vai jogar mais depois da briga. E o time por cair na provocação de quem não se deve esperar nada além de atitudes movidas pela emoção.

É inadmissível que ainda haja espaço para cenas como as de ontem. E muito menos que dirigentes abram as portas de seus clubes para que torcidas organizadas tenham ingerência no time.

Quando abriram a porta do Couto Pereira para que a Império apresentasse lista de jogadores que deveriam sair da equipe, os cartolas deveriam ser minimamente inteligentes para perceber que a agressão física seria o próximo passo. O histórico recente do futebol brasileiro mostra isso.

No Flamengo, ir a aeroporto "recepcionar" o time virou moda desde que o clube deu um cargo na diretoria a um chefe de torcida. No Corinthians, a Gaviões da Fiel se sentiu no direito de armar emboscada para o time na estrada ou bater em jogadores na sede quando passou a ser tratada como uma diretoria paralela.

Com a permissão para interferir no time, os torcedores se sentem no direito de patrulhar jogadores e "descer o braço" em quem não jogar direito. Hoje, certamente terão orgulho de mostrar para os amigos sua foto no jornal batendo nos atletas. Se o time vencer no sábado, então, vão achar que sua atitude irracional ajudou o Coritiba.

Os dirigentes do Coxa só permitiram essa abertura à Império quando perceberam que não tinham mais como apagar as besteiras acumuladas ao longo do ano. Certa vez, Giovani Gionédis disse que não entendia muito de futebol. Naquele tempo ele se cercava de pessoas que entendiam de futebol. Hoje em dia, nem isso.

Começou o ano com Almir Zanchi, que não conseguiu repetir o êxito de passagens anteriores pelo clube. Neste ano, encheu o Alto da Glória de Ludemares e Andrezinhos. Depois passou para Capitão Hidalgo, que com o microfone na mão parecia ter todas as soluções para o Coxa. Com a caneta na mão, tem a coragem de elogiar um time que não consegue vencer o São Raimundo em casa com dois jogadores a mais.

Se o Coritiba não resolver os seus verdadeiros problemas, terminará o ano na Segunda Divisão, e com a certeza de que uma vaga fácil de ser conquistada saiu voando junto com as cadeiras e cestos de lixo do saguão do aeroporto.

P.s.: As fotos estão aí em cima e existem imagens de tevê. A polícia e o Ministério Público vão tomar alguma providência?

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