Dortmund A mística não era a mesma de 70, mas o Brasil se impunha como tricampeão e estava entre os favoritos ao título quando entrou em campo no Westfalenstadion, em Dortmund, onde volta a jogar hoje. Pela frente, a Holanda, sensação do Mundial de 74 graças a uma das maiores inovações táticas de todos os tempos.
Naquela tarde de chuva, o alemão Gerd Kolb, apaixonado pelo talento brasileiro, torceu em vão contra o futebol total da Laranja Mecânica. Viu "seu" time perder por 2 a 0 e dar adeus à briga pelo título.
Trinta e dois anos depois, ele preparou tudo para o Brasil apagar as más lembranças daquela semifinal. O ex-assessor imprensa do Borussia Dortmund é hoje o coordenador geral da Copa na cidade onde Brasil e Japão jogam hoje.
O encanto pelo futebol o ajudou a guardar vários detalhes do jogo. A atuação de Cruyff, o talento dos craques brasileiros, o fato de ter encontrado todo os holandeses fumando no vestiário durante o intervalo.
E especialmente a forma como o Brasil foi envolvido. Abalado com o resultado, na seqüência o time acabou derrotado a Polônia e terminou em quarto lugar.
"Podia certamente ter perdido por um placar maior na semifinal. A superioridade da Holanda era incrível", definiu. "O futebol não é justo e vimos isso na final, quando a Alemanha venceu a Holanda. Mesmo assim é uma seleção inesquecível", completou Kolb, para quem os Laranjas de 74 representam os brasileiros de hoje. De preferência, com mais sorte.
Ele sonha em ver uma final entre Brasil e a Alemanha, times com o mesmo espaço no seu coração. Mas lugares bem distintos na sua avaliação. "Para a Alemanha, jogar futebol é um trabalho. Para o Brasil é uma arte. Como um quadro de Van Gogh."
Kolb define os pentacampeões como o "Everest", numa cadeia de montanhas menores onde estariam Argentina, Itália e seu próprio país.
Diante de tanta admiração, a tabela da Copa do Mundo lhe reservou mais do que um presente. "É um orgulho ter os melhores do mundo jogando aqui. Duas vezes ainda é demais", disse, crente na confirmação do time em primeiro lugar no grupo F. Assim o Brasil jogará em Dortmund também na próxima semana, pelas oitavas-de-final.
As exigências do cargo o obrigarão deixar o lado torcedor adormecido. Em nenhum dos jogos o simpático coordenador da Copa usará uma das suas preciosidades. A camisa oficial brasileira com o nome do "Kolbinho" nas costas.
A camiseta é apenas um souvenir em meio a uma coleção histórica de materiais sobre o futebol verde-amarelo. Gerd Kolb montou uma exposição com fotos, revistas e jornais brasileiros contando a trajetória da seleção desde a Copa de 58.
O acervo, cedido pelo jornalista Edson Militão, colunista do caderno Copa do Mundo 2006, está em cada rua do centro de Dortmund, espalhado pelas vitrines de 130 lojas. Um material que ele espera reforçar hoje, na próxima semana e quem sabe no dia 10 de julho, com notícias sobre o hexacampeonato.
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