Frankfurt – "Berlin, Berlin, wir fahren nach Berlin." Nunca o tradicional grito de guerra da torcida alemã foi cantado tão alto nessa Copa e pareceu tão perto de se concretizar. A Alemanha está cada vez mais próxima de "se dirigir à Berlim" na final do dia 9.

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O passo mais largo até agora na caminhada dos anfitriões à decisão foi cercado de tensão. O jogo contra a Argentina honrou a tradição de duelos difíceis entre os campeões mundiais colocando uma multidão de fãs a sofrer por 125 minutos (incluindo os acréscimos). E à beira de um colapso durante os pênaltis responsáveis por derrubar o primeiro gigante na Copa do Mundo de 2006.

Badalada após impor à Sérvia e Montenegro a maior goleada da Copa (6 a 0), a Argentina assustava alguns torcedores germânicos antes do jogo. O medo se confirmou quando Ayala marcou no início do segundo tempo.

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Uma festa para a estudante Adriana Alvarez. Argentina solitária em meio a uma multidão de alemães no mais original ponto de encontro durante os jogos no país. Em Frankfurt, dois imensos telões instalados em meio ao Rio Reno atraíram ontem 30 mil torcedores às margens.

Sem medo dos adversários e com a bandeira argentina amarrada na cintura, ela cantava sozinha. Enquanto isso, alemães com pernas impacientes e mãos na cabeça se viam a caminho da despedida precoce da própria festa.

Klose trouxe uma sobrevida aos 35 minutos. Mas não diminuiu a agonia. O nervosismo era tão grande que no lugar de segurar o tradicional copo de chope, a maioria roia as unhas durante a prorrogação. Abraçados como os atletas no estádio Olímpico de Berlim, os torcedores de rua se prepararam para a dramática cobrança de penalidades.

Quando o goleiro Lehmann defendeu o chute de Cambiasso, o público explodiu em êxtase. Foi tanto sofrimento antes que o retrato dos torcedores deixando o local era semelhante ao do esgotado ídolo Ballack no final do duelo.

Ao som de "We are the champions", do Quenn, os alemães retomaram a rotina de regar à cerveja as vitórias da seleção. Uma multidão ébria como sempre. Confiante como nunca.

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Ontem, a polícia rodoviária alemã registrava a circulação de 800 mil pessoas a mais do que em dias normais dirigindo-se aos grandes centros para acompanhar o jogo. A invasão de torcedores reforçou o sucesso dos Fan Fest espalhados por todo o país. A previsão dos organizadores era de receber 8 milhões de fãs sem ingresso durante a Copa. Mas antes mesmo das quartas-de-final já havia registrado a visita de 11 milhões de pessoas. Estatística reforçada consideravelmente ontem.