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Rio – Imagine uma mistura de Big Brother com No Limite. É basicamente o que ocorre nos barcos que estão disputando a Volvo Ocean Race. Se não fosse pela ausência das câmeras vigiando cada passo dos participantes, a regata de volta ao mundo teria praticamente todas as características dos dois programas estilo "reality show" mais bem-sucedidos do Brasil.

O confinamento (são cerca de oito meses nos barcos, com pequenos intervalos), exposição a situações perigosas (velejando pelos mares do mundo), competição (entre as equipes) e, principalmente, a importância de saber se relacionar (dentro do barco).

Por mais que estejam trabalhando todos por um mesmo objetivo, não é fácil conviver num ambiente pequeno (balançando pra lá e pra cá), com outros nove homens, tomando banho com lenço umedecido, comendo quase nada, bebendo pouco e dormindo menos ainda.

"É preciso um mínimo de organização, senão a gente enlouquece", revela Marcelo Ferreira, regulador de velas do Brasil 1.

De fora da terceira e da quarta perna da competição (de Melbourne, na Austrália, para Wellington, na Nova Zelândia, chegando ao Rio de Janeiro, no Brasil), Ferreira voltou na in port race do último sábado e seguirá com a tripulação na próxima etapa, até Baltimore, nos Estados Unidos.

Uma ajuda fundamental para suportar o BBB no limite da regata, já que Ferreira é tido como o "guru de relacionamento" da embarcação brasileira, fama que seu comandante comprova.

"A volta do Marcelo é sempre interessante, pois além de grande velejador ele tem ótimo astral, o que ajuda nas travessias", aponta Torben Grael.

Mas não é só o guru que traz paz ao dia-a-dia pesado da disputa no Brasil 1. Na última perna, um singelo ursinho "assumiu" essa responsabilidade. Comprado pelo proeiro e regulador de velas Kiko Pellicano para decorar o ambiente interno do barco (todo pintado de preto, considerado muito feio pelos velejadores), o pequeno animalzinho de pelúcia virou o xodó da equipe, principalmente após ter "caído nas graças" do chefe.

Aproveitando o sono de Grael, os tripulantes posicionaram o ursinho ao lado do comandante e bateram uma foto que acabou correndo o mundo, após ser publicada no site da Volvo Ocean Race. Tudo em nome de um ambiente saudável e alegre.

"Essas brincadeiras fazem parte da viagem, ajudam a superar as dificuldades. Nosso relacionamento tem sido excelente", contou Grael, que não adotou a criatura e, segundo André "Bochecha" Fonseca, "ameaçou" os colegas de barco quando descobriu a armação.

O jornalista viaja a convite do ABN-Amro e do Brasil 1.

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