O Campeonato Brasileiro tem um novo artilheiro. Mas não se trata de Ronaldo Fenômeno e nem de Adriano Imperador. Muito menos Fred, atacante do Fluminense. O novo goleador é Val Baiano, surpresa do não menos surpreendente Barueri.
O atacante tem oito gols e está empatado, é verdade, com Felipe, do Goiás, e Roger, do Vitória. Mas o que tornou a façanha mais impressionante foi que Val Baiano fez todos os gols do Barueri na vitória por 4 a 0 contra o Náutico. Outro dado é que, até duas rodadas atrás, ele era reserva do Pedrão, que deixou o clube para jogar nos Emirados Árabes.
Autor de seis gols nos últimos dois jogos, Val Baiano explicou que jamais havia balançado a rede tantas vezes numa mesma partida. "Não dá nem para acreditar. Eu até já tinha feito três gols numa partida, quando jogava pelo Gama, mas quatro, não", contou o centroavante, lembrando que fez 23 gols e foi vice-artilheiro da Série B de 2007 pela equipe do Distrito Federal.
Atacante se diz mais maduro e só vê Ronaldo e Adriano acima
Ao contrário do que acontece com a maioria dos atletas, o centroavante de 28 anos não está com a cabeça no futebol do exterior. Ele já jogou em Portugal, nos Emirados Árabes e agora espera se destacar por aqui mesmo, de preferência em um grande clube. Muito confiante em seu futebol, ele considera que, tirando Ronaldo e Adriano, está no nível dos demais atacantes da Série A.
"Ir para o exterior não é o meu objetivo. Quero permanecer no Brasil. Em 2003, não tive muitas oportunidades no Santos com o Leão. Mas estava num outro momento, vindo do interior do Paraná. Hoje já me sinto mais maduro para ter uma nova chance num clube grande. Sei que tenho que provar o meu valor a cada dia. Mas, com exceção do Ronaldo e do Adriano, não sou melhor nem pior que nenhum atacante em atividade na Série A", avisou.
Adriano, por sinal, ficará frente a frente com o time de Val na próxima rodada já que Barueri e Flamengo se enfrentam no Maracanã, nesta quarta-feira. E o atacante prevê um duelo bastante complicado para o quinto colocado do Brasileirão.
"É um jogo extremamente difícil e complicado pela tradição do adversário, mas podemos tirar proveito desse momento não tão bom do Flamengo. Temos que tirar os espaços do Adriano e saber marcar as peças fundamentais deles", analisou.
Homenagens à mulher e referência à praia do Francês
Val Baiano fez algumas homenagens em seus quatro gols. No primeiro, beijou a aliança, já que a esposa vinha lhe cobrando isso há algum tempo. No segundo, sentou na marca de escanteio e fingiu ler um livro. "Fui ler um pouquinho para o tempo passar mais rápido", brincou.
No terceiro, o atacante resolveu tomar um sol na lateral de campo em uma alusão, segundo o próprio, à praia do Francês, no litoral alagoano, uma de suas preferidas, apesar de ser baiano de nascimento. Ele, inclusive, jogou pelo CRB em 2006, quando conheceu melhor o local. No quarto, extasiado de emoção, esqueceu homenagens, comemorações especiais e só vibrou. O jogador fez questão de elogiar o adversário.
"Acredito que o Náutico é um time bem qualificado. Todo mundo está querendo mostrar serviço para o Geninho, que chegou há pouco tempo. Mas não era o dia deles e eu estava predestinado. Foi coisa de Deus", festejou.
Objetivo realista do Barueri ainda é escapar do rebaixamento
Val Baiano garantiu que ser artilheiro do Brasileirão é um objetivo traçado para a sua carreira há tempos, mas sem esquecer que o mais importante é levar o Barueri às vitórias. Se os quatro gols lhe causaram espanto, a campanha e o quinto lugar com o mesmo número de pontos do Vitória, quatro colocado, não o surpreendem.
"Quem não conhecia a equipe e o trabalho do Estevam Soares pode ter sido surpreendido. Mas não quem está aqui e vê a união desse grupo de jogadores, da comissão técnica e da diretoria. O jogador mais conhecido do elenco é o zagueiro André Luis (ex-Botafogo, Cruzeiro e Santos), que é um cara muito humilde e parece até que nunca jogou em clube grande. Aqui, ninguém fica de salto alto e mantemos sempre os pés no chão", assegurou.
Realista, o artilheiro citou maus exemplos como o do Criciúma em 2004, que chegou a liderar o Brasileirão no início, mas acabou rebaixado à Série B no fim do campeonato, para que o Barueri não caia nas mesmas armadilhas. Por isso, ele não falou em objetivos maiores e lembrou que o mais importante para o clube que estreia na Primeira Divisão neste ano é a permanência na elite.
"Primeiro, nós temos que procurar afastar qualquer risco de rebaixamento. Quando ficarmos livres deste perigo, vamos pensar em vagas na Sul-Americana, Libertadores e até no título, mas ainda é cedo. Mesmo sendo um time de qualidade ainda somos pequenos em termos de camisa".
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