Perspectivas diferentes, situações iguais. A sentença define com exatidão o clássico entre Atlético e Paraná, hoje, às 16 horas, na Arena. Enquanto o Tricolor entra em campo ainda sonhando com as mínimas chances matemáticas de chegar à Libertadores, o Rubro-Negro já aceitou a realidade. Deixou para trás a briga por uma vaga à competição na qual é o atual vice-campeão e se concentra em seguir entre os dez melhores do Brasileiro.
Apoiadas nos números, as duas equipes ainda teriam possibilidade de disputar o principal torneio continental em 2006. Mas a chance é irrisória, de 1% para cada. Na prática, a associação entre a diferença de pontos para o quarto colocado (o Fluminense, com 59 pontos) com a quantidade de rodadas restantes (oito) inviabiliza qualquer perspectiva nesse sentido.
Com 48 pontos, o Atlético está a 11 da posição que vale vaga na repescagem da Libertadores. Após derrota no confronto direto contra o cariocas, mudou rapidamente o foco. No CT do Caju, a meta agora é Sul-Americana. "Se não tivermos um objetivo perdemos a motivação. Aí cai numa rotina que não interessa. E agora surgiu uma perspectiva da Sul-Americana. É nisso que estamos pensando", afirma o técnico Evaristo de Macedo.
Já o Paraná tem 51 pontos e vem de três derrotas consecutivas. E, mesmo após a derrota em casa para o São Caetano, por 3 a 1, na sexta-feira, fincou o pé no discurso otimista. "Ainda faltam oito rodadas. Não vamos jogar a toalha. Eu não desisto nunca. Enquanto houver possibilidade há esperança", declarou o técnico Barbieri, usando frase repetida por todos na Vila Capanema.
Para alcançar os cariocas, o Tricolor terá de tirar ao menos um ponto por rodada sem contar a concorrência com Santos e Palmeiras, que têm 55 pontos. Assim, o mais sincero parece ser o zagueiro Marcos. "A Libertadores está muito difícil, até por não dependermos apenas de nós. Mas vamos fazer o melhor para fechar bem essa campanha bonita e colar nos primeiros colocados", conta.
Se as duas equipes discordam nos objetivos, concordam que prognósticos não deverão influenciar o clássico de hoje. Para a dupla, rivalidade, tabu e necessidade de dar a volta por cima são elementos suficientes para manter o brilho da partida.
"Há mais coisas em jogo. Nós ainda não perdemos para eles na Arena e queremos manter essa marca. Além disso disso, todos sabem as conseqüências de se perder um clássico", afirma o capitão atleticano Marcão. "Queremos terminar bem o campeonato e para isso é importante vencer na Arena pela primeira vez. Será duro, mas se jogarmos como sempre temos feito fora de casa, é possível", confessa o goleiro Flávio.
* * * * * *
Atlético x Paraná, às 16 horas, no Premiere Esportes.
* * * * * *
Em Curitiba
Atlético
Tiago Cardoso; André Rocha (Tiago), Danilo, Paulo André e Marcão; André Conceição, Cristian, Evandro (Ferreira) e Lima; Dagoberto e Finazzi.Técnico: Evaristo de Macedo.
Paraná
Flávio; Daniel Marques, Marcos e Aderaldo (Pierre/Mussamba); Neto, Beto, Mário César, Éder e Edinho (Vicente); Sandro (Fernando Gaúcho) e Borges.Técnico: Luiz Carlos Barbieri.
Estádio: Kyocera Arena. Horário: 16 horas. Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (SC/ Fifa). Auxs.: Alcides Pazetto (SC) e Carlos Berkenbrock (SC).
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura