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Weggis, Suíça – Os treinos da seleção brasileira continuam sendo disputados pelo público, mesmo com os ingressos já esgotados há semanas. Quem não garantiu um lugar no Estádio Thermoplan tem apelado para o câmbio clandestino e até se candidatado para trabalhar de voluntário na organização do evento.

Antes mesmo de terminar o campo, com capacidade para 5 mil espectadores, os empresários que bancam a obra puseram todos os bilhetes à venda. Em menos de sete horas não havia mais entradas. O preço de mercado era 20 francos-suíços (R$ 34). Agora, via internet (no site de leilão www.ebay.ch), o mesmo pode ser encontrado por até 100 dólares (R$ 212).

"Eu não compro no mercado negro de jeito nenhum", avisa Lúcia Kunz, brasileira à procura de tíquetes ontem. "Gostaria de ver o jogo amistoso da Basiléia (contra Lucerna, dia 30). Mas lá sai ainda mais caro – entre 56 e 156 francos. Não dá", completa a mato-grossense, há 31 anos morando na Suíça.

Outra saída encontrada pelos aficionados do time verde e amarelo diz respeito à mão-de-obra gratuita. Os promotores do evento têm um estande para recrutar ajudantes. Quem se habilita a cuidar do estacionamento, varrer o chão ou cuidar dos portões de isolamento ganha o direito de ver o grupo de Parreira no dia 28 ou 31 deste mês.

É o caso de Maria Geracina, 12 anos de Europa.

"Vou catar papel, sem problema. Além de ver o treino, entro nesse clima maravilhoso de recepção ao Brasil", destaca ela.

Outra brasileira no batente, Fernanda Santos completa. "Entrar no estádio ajuda, mas moro em Barcelona e viria aqui de qualquer jeito. Estou até pagando hospedagem", vibra.

Até suíço faz parte dessa corrente. Gabriel Erni assumiu um posto de informações para visitantes. Está visivelmente emocionado com a possibilidade de assistir in loco Ronaldinho Gaúcho.

"Isso aqui é um sonho. Outras seleções do mundo não causam tanta alegria", fala.

Mas toda essa euforia já parece causar um certo constrangimento no técnico Carlos Alberto Parreira. Em entrevista coletiva ontem, ele deixou claro que – caso a presença de público no campo de treinamento venha a interferir no bom andamento dos trabalhos – os portões serão fechados.

A CBF garantiu que essa possibilidade, apesar de remota, está acordada com a Kentauro (empresa responsável pela comercialização dos treinamentos).

"Se for necessário, quem comprou o bilhete será indenizado pelos promotores. A seleção não tem nada a ver com isso", garantiu o assessor de imprensa Rodrigo Paiva.

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