Os campeões da Copa do Brasil querem valorização. A possibilidade de a diretoria abrir o cofre para contratar jogadores caros para disputar a Copa Libertadores de 2010 não agradou a parcela de titulares do Corinthians que têm salários inferiores ao de parceiros de time.
Ao menos cinco atletas, com apoio de Ronaldo, que se tornou uma espécie de porta-voz do elenco, pediu ao presidente Andrés Sanchez um reajuste salarial. Chicão, Cristian, Douglas, Jorge Henrique e Dentinho, com ganhos entre R$ 30 mil e R$ 60 mil mensais, recebem, por exemplo, menos do que os reservas Otacílio Neto e Souza - o ex-flamenguista ganha R$ 175 mil. Este é o principal argumento utilizado na campanha salarial.
William e Alessandro tiveram os contratos renovados no início do ano e ganharam aumento. Já André Santos e Elias não reclamaram porque acreditam que devem ser negociados até o fim de agosto. Felipe e Ronaldo têm vencimentos superiores, mas o goleiro pode entrar na turma que quer reajuste se não tiver proposta para deixar o Brasil.
"Não acho que a contratação de estrelas possa ajudar na conquista da Libertadores. Vencemos a Copa do Brasil com um grupo humilde, mas bem forte. Acho que tem que valorizar estes jogadores", disse Cristian, nesta segunda-feira, em entrevista após o treino físico, no Parque São Jorge. Além do salário, os jogadores cobram premiações atrasadas do Paulistão e da Copa do Brasil.
Sanchez diz que não tem planos megalomaníacos para formar o time do ano que vem, mas já sondou Carlitos Tevez, teve conversa com Assis, o empresário e irmão de Ronaldinho Gaúcho, e tem negociação avançada com o volante Lucas, apesar de o Liverpool ter refugado e não estar mais muito disposto a emprestar o jogador de graça.
Edu, o primeiro reforço anunciado, chega para receber o segundo maior salário do elenco, perdendo apenas para Ronaldo - o Fenômeno tem participação na receita publicitária do clube. "Não adianta pirotecnia porque time cheio de estrelas não é garantia de título", alertou mais de uma vez Mano Menezes.
O treinador já está pensando no ambiente do grupo. Ele soube, em Porto Alegre, que os Ronaldos não se dão. Resquícios dos problemas de baladas na Copa de 2006. E via imprensa avisa a Andrés Sanchez que talvez o caminho seja repetir a montagem do atual elenco: uma ou duas estrelas e jogadores com "sangue nos olhos" para crescer na profissão.
Concentração
A reclamação de Ronaldo sobre o excesso de tempo concentrado surtiu efeito. Mano Menezes e os líderes do grupo chegaram a um acordo: até o fim do ano, os jogadores ficarão concentrados somente na véspera das partidas e não mais dois dias antes. Também não haverá mais, nesta temporada, períodos longos de treinamentos no interior paulista.
Mas o chefe impôs duas condições: a primeira é que se a campanha no Brasileirão estiver ruim tudo volta como antes. E a segunda é que na Libertadores do ano que vem ele terá liberdade para concentrar o grupo quantos dias achar necessário, independentemente da etapa da competição.
O presidente Andrés Sanchez chegou a falar para Mano que autorizava testar os atletas, deixando-os livres da concentração na véspera de jogos menos badalados. Eles se apresentariam na manhã da partida, no hotel, para almoçar e depois iriam ao estádio. Mano rejeitou com o argumento de que seria duro depois reverter isso se necessário. "Acho que no futuro não haverá mais concentração também no Brasil", disse Sanchez, se referindo ao modelo europeu.
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