Aos 39 anos, Vanderlei Cordeiro de Lima quer viver o esporte apenas por esporte. Nada de compromissos profissionais ou participações em provas que não o agradam. Único brasileiro a conquistar medalha na maratona olímpica (bronze em Atenas/2004, depois ser atacado por um padre irlandês quando liderava a prova), ele voltará a ser um atleta amador em 2009. E a despedida já está marcada: dia 31 de dezembro, nas ruas de São Paulo, na 84ª edição da São Silvestre.
No fim de maio, Vanderlei já havia anunciado seu desejo de parar por causa de uma pubalgia (inflamação no púbis) que o impediu de disputar a maratona de Praga, na República Checa, última seletiva para os Jogos de Pequim. Meses depois, o fundista ainda luta contra as dores e não treina desde agosto. "Vou para a São Silvestre só para participar, de boa, tranqüilão", explicou. "Como será a minha última corrida como atleta profissional, vou fazer de tudo para completar a prova correndo. Não vou encerrar minha carreira caminhando."
A São Silvestre marcará, portanto, o fim de suas atividades como profissional e o começo da "vida sem pressão", já que ele não estabeleceu metas de tempo ou colocação para a corrida. Mas Vanderlei terá problemas para chegar bem fisicamente à tradicional prova de rua paulistana. A pubalgia o forçou a suspender os exercícios físicos. Ele estima que em três meses retomará a melhor condição, mas faltam só 57 dias para a São Silvestre, o que pode até inviabilizar sua participação. "Mas eu recupero o condicionamento físico rapidamente", garantiu.
A última vez que Vanderlei participou de uma corrida oficial foi em março, na Meia Maratona de São Paulo, quando percorreu os 21 097 metros em 1h04min e ficou com a segunda colocação. "Quando mudei o treinamento para a prova de maratona, em abril, de olho em Pequim, comecei a sentir essas dores no púbis", disse. A convivência diária com a dor em uma área delicada o fez chegar à conclusão de que era melhor parar. Mas ele não queria simplesmente parar de correr.
Duas opções
O Pão de Açúcar, seu patrocinador, e a BM&F Bovespa, seu clube, ofereceram a Vanderlei o cargo de gerente da equipe de atletismo que será montada em São Caetano do Sul. Ele recusou o convite e sugeriu voltar a correr de forma amadora, sem a pressão pelos resultados. O patrocinador consentiu e permaneceu com o apoio financeiro.
Até os treinamentos vão mudar. Em vez de correr 30 ou 35 quilômetros por dia, ele pretende diminuir para 25. "É uma boa distância", comentou. "A cobrança como profissional é muito grande porque fica aquele objetivo fixo. A partir de 2009, vai ser diferente para mim. Não vou me importar com resultado. Vou desfrutar da corrida", resumiu.
Ele ainda não fez planos para 2009, mas disse que gostaria de voltar a competir na meia maratona paulista, na maratona de Porto Alegre e na Volta da Pampulha, da qual é bicampeão. "A corrida em Belo Horizonte é gostosa demais", elogiou ele.
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