O Brasileirão já teve 84 interferências do VAR. A rodada com mais ocorrências foi a primeira, que teve 16 vezes indicação para a mudança de decisão do árbitro de campo. A quarta rodada foi a que menos teve situações, apenas quatro.
Os dados são de Alexandre Siqueira, jornalista esportivo que decidiu analisar e catalogar toda implementação do recurso eletrônico no Nacional. Novidade, o árbitro de vídeo veio para ficar. A tecnologia, porém, ainda gera discussão e dúvidas para serem esclarecidas, como o tempo em que as partidas ficam paralisadas e as questões de interpretação.
O time com mais interferências foi o Atlético-MG, com 17 situações. Já o Botafogo foi a equipe com menos interferências, apenas três. Numa delas, a equipe carioca recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva para contestar a atuação da arbitragem, mas teve o pedido de anulação da partida negado.
TABELA BRASILEIRÃO 2019: Classificação, jogos e resultados
Na classificação, os mais “prejudicados” são o São Paulo, que sem o VAR poderia estar no G4, e a Chapecoense, que estaria na 13º posição, fora da zona de rebaixamento. O Goiás, atual sexto colocado, aparece como o maior “beneficiário”, pois estaria apenas na 16ª posição, com nove pontos, se não fossem as revisões do VAR.
O G4, por exemplo, teria Palmeiras, Santos e Flamengo todos na mesma posição e o São Paulo na quarta posição no lugar do Internacional, que cairia para 8º. Já a ZR teria Cruzeiro, CSA, Avaí e o Vasco na vaga da Chape.
“Eu sou muito a favor do VAR. No Brasil sempre teve questionamentos do uso da tecnologia, mas é um avanço grande. A gente tem que lidar com ele. É uma tecnologia que veio para deixar nosso campeonato mais justo”, declara o autor das estatísticas Alexandre Siqueira.
Apesar de concordar com a chegada da tecnologia, o jornalista admite que o VAR ainda precisa de explicações claras em relação as suas regras, principalmente para que o público e torcida não fiquem em dúvida sobre as decisões da arbitragem nos jogos.
“Tem algumas arestas para aparar na utilização. A gente vai assistir as transmissões e cada comentarista de arbitragem fala uma coisa, é como se eles estivessem jogando contra a imagem, contra o VAR. Isso tem que ficar claro”, afirma o jornalista.
Mudança de placar, resultado e tempo de paralisação
Outros dados que o Alexandre disseca são em relação aos placares, mudança de resultados e tempo parado para as análises dos lances. Em 20 oportunidades, o placar do jogo mudou, tanto alterando o resultado da partida ou apenas aumentando saldo de gols. Já a pontuação, ou seja, a mudança no resultado, foi alterada em 10 oportunidades.
O tempo de paralisação apresenta um número surpreendente. São ao todo 132 minutos e 15 segundos de pausa no campeonato. A rodada com maior tempo de paralisação foi a nona, com 27 minutos e 20 segundos de pausa nas partidas.
Interferências nos jogos do Athletico
O Athletico já contou com sete inferências em suas nove partidas. O time teve três lances de pênaltis que foram revistos e marcados contra (Vasco, Flamengo e Palmeiras) e um a favor: em cima de Madson, na sexta rodada, também contra o Flamengo.
Dois cartões vermelhos revisados a seu favor: um deles para o volante Airton, do Fluminense, que inicialmente havia recebido apenas amarelo, e o outro de Nikão, no duelo contra o Palmeiras, que havia sido expulso num primeiro momento, mas depois recebeu apenas amarelo.
Além de uma situação de gol: diante do Goiás, em que o gol do atacante Leandro Barcia poderia ter sido anulado, mas ele estava em posição correta. Na classificação, o Furacão estaria apenas uma posição acima, na 11ª colocação com 11 pontos.
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