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O moderno e o original em Stratford | Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo
O moderno e o original em Stratford| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo

O principal acesso ao Parque Olímpico é pela Estação Stratford, batizada com o nome do bairro em que o mais importante complexo esportivo dos Jogos de Londres está localizado. O cuidado em impressionar é visto já nas paredes da estação, meticulosamente asseadas.

A atenção aos detalhes não é por acaso: Stratford foi o grande trunfo dos ingleses para receberem a Olimpíada pela terceira vez: o bairro, antes do projeto olímpico, era um dos mais pobres e esquecidos de Londres. Agora, é a "menina dos olhos" da cidade e motivo de orgulho com a construção do Parque Olímpico, que concentra boa parte dos locais de prova dos Jogos.

À saída do metrô está um suntuoso shopping, inaugurado há um ano, que serve de entrada para o complexo olímpico. Os londrinos se orgulham em dizer que é o maior shopping da Europa – embora há quem garanta que há outros com mais estrutura fora da Inglaterra. O local, movimentadíssimo, tem até cassino.

Em uma rápida conversa com os lojistas e comerciantes, no entanto, nota-se que a grande maioria de funcionários vem de outros pontos de Londres, enquanto a maior queixa dos moradores locais é a falta de trabalho. "Somos em três na minha família. Todos desempregados", diz Roslyn Taylor, 44 anos, que vive com ajuda de custo do governo. Stratford tem uma das taxas desemprego mais altas da cidade.

Na lista dos otimistas com o desenvolvimento da região está o taxista Tony Hall, que há 12 anos trabalha em Stratford e levou a reportagem da Gazeta do Povo para conhecer os arredores do Parque Olímpico. "Legado? Vamos ter sim. Não vai ser como depois da [Copa da] África do Sul, em que tudo lá ficou sem rumo. Aqui teremos a venda dos apartamentos da Vila Olímpica para a população", diz, confiante. Na região, apenas 40% dos moradores são proprietários de suas casas. Além dos que alugam moradia, há os que dependem da cessão do governo para ter onde morar.

Ele conta ainda que o local, na Região Leste de Londres, ficou mais seguro desde que foi escolhido, em 2005, como principal ponto desta Olimpíada. "Tudo cresceu muito. Deste lado da rua [aponta para uma praça florida e altos prédios envidraçados], não havia nada há quatro anos", diz. Do lado esquerdo da via, o contraste com a antiga arquitetura, de casas baixas, juntas umas às outras e de tijolos à mostra. "Até o preço dos imóveis já melhorou", emenda. Hall está correto: com o investimento no Parque Olímpico (o estádio e o shopping, juntos, custaram R$ 5,95 bilhões), os preços das residências no local aumentaram 26% entre 2005 e 2010.

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