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O Pan de Guadalajara tem servido para o esporte brasileiro como uma espécie de simulado da aplicação das verbas públicas injetadas nas modalidades – especialmente as individuais, que distribuem mais medalhas –, com vistas ao desempenho na Olimpíada do Rio, em 2016.

O ciclismo e o tae kwon do foram reprovados no México. O primeiro firmou uma parceria com o Ministério do Esporte de cifras na casa dos milhões (não divulgadas). No Pan, não conseguiu nenhum pódio nas categorias BMX, pista e estrada.

Já a arte marcial, uma das modalidades mais beneficiadas, retrocedeu. No Pan do Rio, há quatro anos, ganhou um ouro, duas pratas e um bronze. Com pouca renovação na equipe, ficou apenas com o bronze de Márcio Wenceslau em Guadalajara.

Neste ano o tae kwon do recebeu de repasse da Lei Piva mais que o dobro de 2010 – saltou de R$ 500 mil para R$ 1,2 milhão. Também foi primeira modalidade a compor o Time Rio, equipe poliesportiva de alto rendimento sediada na capital fluminense, com custo de R$ 12 milhões até dezembro de 2012, gerenciada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Mas a intenção da paranaense Natália Falavigna, eliminada na primeira luta em Gua­­dalajara, de trocar os treinos no Rio pelos Estados Unidos é um forte in­­dício de que o programa não anda como se esperava.

O tae kwon do ainda recebe mais R$ 20 milhões por ano, de patrocínios via Lei de Incentivo ao Esporte, vindos da Petrobras, em parceria firmada neste ano, que incluiu outros quatro esportes: levantamento de peso, esgrima, remo e boxe.

"É cedo para falar de resultados. São seis meses de investimentos e o Pan não é uma competição custeada pelo programa", minimiza a ex-jogadora de basquete Magic Paula. O instituto que ela coordena, o Passe de Mágica, faz a gestão da verba e a distribui às confederações.

Quem passou no teste foi o levantamento de peso. O ouro de Fernando Reis foi o primeiro da modalidade em Pans. As outras três modalidades abraçadas pela Petrobras, esgrima, remo e boxa, terão de mostrar serviço nas finais de hoje.

O judô foi bem. Até ontem, contabilizou cinco ouros – superando o recorde de quatro no Pan de Indianá­­polis-1987 –, duas pratas e três bronzes. Hoje é o último dia de disputas no tatame. "A verba tem influenciado, e muito, nossos re­­sultados", diz o diretor-técnico da seleção brasileira, Ney Wilson.

Em 2011, a modalidade recebeu pelo menos R$ 6,5 milhões, entre patrocínios pela Lei de Incentivo ao Esporte, de empresas estatais e o repasse da Lei Piva.

Já o boxe disputa hoje duas finais. Em 2007, foram três. Mas, se tiver 100% de aproveitamento nas últimas lutas, terá dois ouros e cinco bronzes, contra um ouro, duas pratas e seis bronzes no Rio.

"Na esgrima temos dois bronzes e podemos esperar para este sábado pelo menos mais duas me­­dalhas", diz o chefe da delegação, Giocondo Cabral. Há quatro anos, a equipe fez três terceiros lugares.

A canoagem começou o ano com a promessa de um aporte de até R$ 11 milhões do BNDES, via Lei de Incentivo. Até ontem, havia somado uma prata e um bronze. Hoje, faz final em cinco categorias. A campanha anterior rendeu três ouros, duas pratas e um bronze.

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