Aos 35 anos, Wanderlei Silva, uma lenda das artes marciais mistas (MMA), confessa que sua grande ambição com o esporte já passou há muito tempo. Isso não impede, entretanto, que o dono dos dois apelidos mais autoexplicativos do mundo da luta Cachorro Louco e Machado Assassino volte a lutar com um largo sorriso no rosto após 497 dias longe dos octógonos.
Na noite de hoje, por volta das 23 horas, em Las Vegas, nos Estados Unidos, o curitibano, motivado pelo show, pelos fãs e pela adrenalina, encara o americano Chris Leben no Ultimate Fighting Championship (UFC) 132.
"Não luto por dinheiro. Luto porque gosto, pelos meus fãs. Gosto do show, da adrenalina, da competição. Isso é o que me deixa mais motivado", revela Silva, que após o desafio de hoje estará a três combates de sua 50ª luta profissional.
"Lógico que quando estou lutando é óbvio que quero fazer meu melhor. Ganhar o bônus da [melhor luta da noite], US$ 110 mil, US$ 120 mil extra não faz mal a ninguém [risos]. Mas sempre tento dar meu melhor, independente mente disso", completa o curitibano.
Após vencer o inglês Michael Bisping em fevereiro do ano passado, Silva precisou se afastar para operar o joelho direito. O retorno depois de um ano e cinco meses, contra um adversário cinco anos mais novo e para o qual foi a inspiração no início da carreira, expõe outro motivo pelo qual Silva se dedicou com afinco durantes os últimos meses, treinando na fortíssima academia Kings, na Califórnia, e em seu próprio reduto, a Wand, em Las Vegas. Por mais distante que o sonho esteja atualmente, disputar o título dos médios contra Anderson Silva ainda é uma meta.
"Quero ser campeão de novo, estou me preparando para isso. Espero ter a oportunidade de uma disputa de cinturão novamente", conta o ex-campeão do evento japonês Pride, mas que no UFC não teve o mesmo sucesso. O currículo do ex-atleta da Chute Boxe mostra três derrotas e duas vitórias no maior evento do MMA mundial.
Para o duelo contra Leben, Wanderlei Silva tem a estratégia traçada. A mesma que lhe fez uma lenda do esporte e trouxe uma legião de admiradores em todo mundo: tentar o nocaute a todo instante e sempre lutar como se fosse a primeira vez.
"Acho que todo mundo que vê um lutador 100%, dando tudo de si, e às vezes até passando um pouco do ponto, se matando dentro do ringue, fala: pô, esse cara luta igual ao Wanderlei Silva. Esse ponto de referência em relação aos lutadores que têm muito coração é uma grande honra. Eu realmente fico muito feliz de estar contribuindo com os atletas, com o evento para desenvolver o esporte no mundo todo", finaliza Silva.
Interatividade
Acompanhe a transmissão interativa da luta de Wanderlei Silva a partir das 21 horas no blog Luta Livre. www.gazetadopovo.com.br/blog/lutalivre
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