Briga pelo primeiro lugar ganha concorrentes
Agência Estado
No GP de Bahrein, há duas semanas, já se sabia que o alemão Sebastian Vettel e o australiano Mark Webber, ambos da Red Bull, e o brasileiro Felipe Massa e o espanhol Fernando Alonso, a dupla Ferrari, lutariam pela vitória, depois do que apresentaram na pré-temporada e nos próprios treinos no circuito de Sakhir. Agora, na segunda etapa, pelo menos outros quatro pilotos devem ser acrescentados à lista de candidatos ao primeiro lugar: os ingleses Lewis Hamilton e Jenson Button, da McLaren, e os alemães Michael Schumacher e Nico Rosberg, da Mercedes.
Os treinos livres no circuito Albert Park, ontem, já indicaram que a disputa pela vitória na Austrália está aberta. Schumacher, por exemplo, mostrou confiança. Venceu lá em 2000, 2001, 2002 e 2004. "Não estamos mal aqui nessa pista", disse o hepctacampeão, finalmente mostrando algum otimismo.
As 58 voltas representam um desafio técnico para pilotos e equipes. "Vai ter gente tendo de administrar o consumo de gasolina para não ficar sem no final", comenta Robert Sattler, engenheiro brasileiro da Force India.
Existe ainda a possibilidade de chuva na hora da prova, assim como na segunda sessão de ontem. "Pode realmente acontecer de tudo. Não dá para apontar alguém que esteja com uma vantagem importante", analisou Alonso, o líder do Mundial depois da vitória no Bahrein.
Brasileiros
Esperança real só com Massa
Agência Estado
Os pilotos brasileiros ainda não venceram na Austrália. "Sou rápido aqui, mas nunca obtive um grande resultado (em sete provas)", falou Massa, cuja melhor colocação foi o sétimo lugar em 2007, com a Ferrari, depois de largar nas últimas colocações por dificuldades técnicas. "Este ano certamente tenho possibilidades de ganhar." Rubens Barrichello, da Williams, foi quatro vezes segundo colocado (2000, 2004,2005 e 2009). Para ele, chuva amanhã seria uma boa ajuda para encerrar o tabu.
Já Lucas Di Grassi, da Virgin, e Bruno Senna, da Hispania, têm objetivos mais modestos. "Precisamos terminar a corrida, conhecer o carro para torná-lo mais confiável e rápido", contou Di Grassi, que não conhecia a pista. Senna, por sua vez, festejou sua primeira vitória da carreira na Austrália, ainda na Fórmula 3.
O espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, e o alemão Michael Schumacher, da Mercedes, são apontados pela maioria das pessoas que acompanham e trabalham na Fórmula 1 como os prováveis campeões desta temporada. Mas a impressionante evolução do jovem e talentoso Sebastian Vettel, aliada à força da equipe Red Bull, o coloca numa condição até mais favorável para ficar com o título que os, por assim dizer, "favoritos". No GP da Austrália, que acontece na madrugada de amanhã, a partir das 3 horas (horário de Brasília), esse alemão de apenas 22 anos, que até há pouco tempo mantinha no quarto a foto do ídolo Schumacher, tem nova oportunidade de expor sua extraordinária competência e começar a desmentir muita gente.
Na abertura do campeonato, há duas semanas, no Bahrein, Vettel liderou a maior parte da corrida, depois de ter largado na pole position, mas um problema de ignição na sua Red Bull o fez cair para quarto lugar. "Aqui em Melbourne temos carro para ganhar também, como no Bahrein", afirmou o mais jovem vencedor da história da Fórmula 1, que, com 21 anos, foi primeiro colocado no GP da Itália de 2008, com a Toro Rosso. No ano passado, já na Red Bull, ele lutou até o fim para ser campeão, mas acabou com o vice-campeonato de qualquer maneira, somou ao currículo mais quatro vitórias (China, Inglaterra, Japão e Abu Dabi).
A velocidade, a regularidade e a determinação de Vettel levaram o engenheiro Giorgio Ascanelli, da Toro Rosso, time que pertence à Red Bull, a fazer uma afirmação surpreendente: "Sebastian me lembra Ayrton Senna". E ele sabe o que fala, pois trabalhou com o brasileiro na McLaren. Já o diretor esportivo da Red Bull, Christian Horner, não fica atrás: "Sebastian é um piloto completo."
Christian Horner viu como Vettel aprendeu com os erros cometidos no ano passado na Turquia e Mônaco, por exemplo. Equívocos de um piloto jovem que, provavelmente, lhe custaram o título, pois ficou a 11 pontos do inglês Jenson Button, da Brawn GP, que foi o campeão (95 a 84).
Vettel sabe que com o novo critério de pontuação da Fórmula 1, em que as vitórias ficaram mais valorizadas, será importante não deixar o vencedor do GP de Bahrein, Alonso, e o segundo colocado, o brasileiro Felipe Massa, também da Ferrari, não abrirem mais pontos de vantagem no campeonato. Hoje, o espanhol soma 25 pontos, sete a mais do que seu companheiro de equipe. Enquanto isso, Hamilton aparece em terceiro, com 15, e o alemão da Red Bull está com 12.
"É importante, mas não fundamental. A temporada terá 19 etapas. O que conta mesmo é que o RB06 é um grande carro", afirmou Vettel, esbanjando confiança. "Este ano, eu, como piloto, e minha equipe reunimos os elementos necessários para sermos campeões. Sem subestimar ninguém."
Bernie Ecclestone, promotor da Fórmula 1, não esconde sua opinião: "Vettel deverá ser o campeão, apostaria nele". Enquanto isso, os concorrentes reconhecem essa pequena superioridade da Red Bull, ao menos no início do campeonato.
"Eles têm o carro mais rápido. Não fosse o problema técnico no Bahrein, Vettel teria vencido a corrida", admitiu Alonso. E Hamilton acredita que a eficiência aerodinâmica do modelo RB06 deve se manifestar ainda melhor nas duas próximas etapas do calendário: na Malásia, dia 4 de abril, e na China, em 18 de abril. "São disputadas em traçados dotados de curvas mais velozes", explicou.
A respeito da corrida no circuito Albert Park, Vettel viu que poderá, como no Bahrein, vencer, mas fez uma ressalva. "Essa é uma pista que, em geral, há surpresas, é mais imprevisível, de resultado menos lógico. E nossos adversários, Ferrari, McLaren e Mercedes, mostraram estar bem perto. O segredo será largar bem, já que vimos no Bahrein que as ultrapassagens ficaram mais difíceis este ano", revelou o alemão.
Ao vivo
GP da Austrália, às 3 horas (de amanhã), na RPC TV.
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