Teve polenta (30 quilos), queijo, salame e muito vinho (400 litros). Tudo à vontade. Teve também gaiteiro entoando a tarantela sem parar. E, para desespero geral, não faltou sofrimento.
A reunião dos italianos para assistir a decisão da Copa do Mundo foi uma festa completa. Concentrados numa cantina no tradicional reduto de Santa Felicidade, em Curitiba, cerca de 200 membros da colônia vibraram e choraram, como manda a tradição, com a conquista do tetracampeonato mundial.
Antes da partida, a animação reinava absoluta, embalada pelo vinho farto. A vitória convincente contra a Alemanha na semifinal (2 a 0), fez do mais pessimista dos italianos um poço de confiança. E para realçar o clima positivo, a todo momento alguém encarregava-se do grito que acompanharia os 120 minutos de disputa: "Viva Itália!"
No meio da confusão, contrastava a serenidade de Giuseppe Macchioni. Trajado com boné e camisa da Azzurra, o italiano legítimo preferia segurar a empolgação. "Temos de ter cautela. Acho que será um jogo muito difícil", disse o aposentado de 79 anos, nascido em Roma e desde 1952 no Paraná.
Porém, apesar da experiência de muitas copas (em 1970, Macchioni viu o Brasil bater a Itália em temporada na terra natal), certamente ele não esperava que as dificuldades começassem tão cedo. Logo no início, o gol de Zidane calou o salão, após breve euforia por achar que a bola não tivesse entrado. Passado o baque, os gritos de "viva Itália" voltaram, e explodiram com o gol de empate de Materazzi aos 19 minutos.
Embora vendo a França melhor, a esperança da conquista do tetra não diminuiu, e permaneceu até o final do tempo regulamentar. Porém, na prorrogação, a aflição tomou conta e só com a expulsão de Zidane, já no finalzinho, os italianos voltaram a vibrar.
Com a chegada dos pênaltis, as fichas foram todas apostadas no ídolo Buffon. A cada cobrança, o nome do goleiro era entoado em forma de mantra. Não precisou, Trezeguet errou e os fogos de artifício tomaram conta de Santa Felicidade até o pênalti que confirmou o título, bem batido por Grosso.
"Foi muito complicado, mas a Itália mostrou ser um time de superação e mereceu a conquista. Agora é só comemorar", declarou o estudante Franklin Durigan, 22 anos. Um dos organizadores do evento, Cézar Culpi, viu na regularidade o grande trunfo do time de seus ancestrais. "Soubemos jogar a copa. Mas hoje não fizemos uma boa partida. Mesmo assim, a emoção é muito forte, de balançar o coração", disse o relações públicas de 36 anos.
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