Moscou Partida sofrida, reservas em quadra, virada no placar e comemoração no topo do pódio. A seleção masculina repetiu mais uma vez o script de finais com Bernardinho e conquistou o sexto título da Liga Mundial, o quarto de forma consecutiva, um recorde na competição.
Como nas últimas três decisões do torneio, o troféu só foi para as mãos do capitão após partida complicada, em que os brasileiros viraram o placar. E como em tantas outras decisões sob o comando de Bernardinho, mais uma vez os reservas foram fundamentais.
Gustavo, Anderson e Murilo entraram no terceiro set, quando o time apanhava por 2 a 0, e mudaram a história do jogo.
Após uma hora e 56 minutos de partida, os brasileiros fecharam em 3 sets a 2 (22/25, 23/ 25, 25/22, 25/23 e 15/13). Como prêmio, US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,2 milhões).
"Já entramos para a história. Não é qualquer time que consegue buscar um jogo desses", afirmou o levantador paranaense Ricardinho, que pela segunda vez teve a missão de levantar a taça.
A conquista, e principalmente a forma como ela foi construída, ratificou a posição de favorita da seleção no Mundial do Japão, em novembro. Antes de começar a preparação para a busca pelo bicampeonato, os jogadores terão folga. Parte da delegação chega amanhã ao Rio de Janeiro.
"Esta Liga mostrou que estamos sempre aprendendo. Perdemos o primeiro jogo das finais logo de cara e, a partir daí, o título de melhores do mundo já não fazia tanta diferença em quadra. Provamos que somos determinados", disse o atacante paranaense Giba, maior pontuador da partida, com 29 pontos.
Após passar invicto por um grupo fraco na primeira etapa, a seleção foi arrasada pela Bulgária na estréia na etapa decisiva o time não perdia havia mais de um ano, a mais longeva série invicta com Bernardinho. Depois, sofreu para derrotar Rússia e França, que obteve seu melhor resultado em uma edição da Liga. Com excelente esquema defensivo, jogadores habilidosos e ataques rápidos, os franceses foram um teste principalmente para a paciência dos atletas.
"Mais uma vez o grupo foi fundamental, como sempre acontece nessas situações. Vencemos muito por causa da nossa experiência neste tipo de partida", disse Bernardinho.
E especialmente por causa da opção do treinador no início do terceiro set. Ele sacou o oposto André Nascimento, o meio-de-rede André Heller que vinham sendo destaques da seleção na Liga e o ponta Dante. Entraram, pela ordem, Anderson, Gustavo e Murilo.
"Foi muito sofrido, como tem sido em todos os anos", afirmou Ricardinho. No pódio, antes de erguer a taça, o levantador foi alvo de brincadeiras do presidente da federação internacional. Rubén Acosta reclamou de ter de entregar o troféu de novo para um brasileiro.
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