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Depois de 20 anos dedicados ao vôlei de quadra, e com três Olimpíadas em seu currículo, a atacante Virna decidiu trilhar o caminho da praia. Aos 33 anos, a jogadora rescindiu seu contrato Palavollo Chieri, fixou residência em Ipanema na semana passada e já contratou o treinador Alemão e pretende trabalhar por cerca de cinco meses na areia, enquanto corre atrás de patrocínio e de uma parceira. Depois, ela inicia seus preparativos para tentar vaga nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007 e na Olimpíada de Pequim 2008.

- Eu já tinha essa vontade. Já era um projeto meu há algum tempo. Quando vim para o Rio em janeiro, para fazer um trabalho de recuperação no joelho, fiz muitos exercícios na praia e isso acabou me dando água na boca. Voltei para a Itália, ainda joguei, meu time ficou em terceiro lugar no campeonato, mas aquela vontade permaneceu. Fui para lá de novo recentemente, aproveitei para viajar com o meu filho e pensar com calma, para não agir com a emoção, e consegui rescindir meu contrato - contou Virna.

Nos Jogos Olímpicos de Atenas, a seleção brasileira esteve perto de disputar uma inédita medalha de ouro, mas acabou caindo frente à Rússia nas semifinais. Depois, na disputa pelo bronze, perdeu para China. A decepção pelas duas derrotas consecutivas não foram os motivos que levaram Virna - bronze com a seleção nas Olimpíadas de Atlanta (96) e Sydney (2000) - a decretar o fim de sua carreira nas quadras com a seleção:

- Em Atenas eu já sabia que seria minha última Olimpíada na quadra. E sempre sonhei com a praia. O teino na areia, apesar de desgastante, não exige muito das articulações, pois não tem muito impacto. Um dos motivos que me fizeram largar a seleção foi a enorme carga de treinamentos, que fazia com que meu joelho sofresse. Eram seis horas diárias de impacto. Na areia, a longevidade do atleta é maior - disse a jogadora.

As dificuldades enfrentadas por Nalbert - que largou as quadras e ficou cerca de três meses treinando sem um parceiro e, pior ainda, sem patrocínio - não chegam a assustar Virna na nova carreira nas areias.

- Nós atletas vivemos da adrenalina. Não saber o que vai acontecer amanhã é bom. Eu poderia ficar mais um ano na Itália, por comodidade, mas a motivação na praia vai ser maior e eu ainda vou poder ficar perto da minha família, do meu filho - afirmou Virna, que, entre outras várias conquistas, foi tetracampeã do Grand Prix com a seleção brasileira, em 1994, 1996, 1998 e 2004.

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