Florianópolis – Não há onda pequena o suficiente que o carioca Vítor Ribas não consiga fazer crescer. O atual número um do Brasil provou ontem no Costão Pro, mais uma vez, que só não consegue mesmo é fazer chover.

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Na primeira bateria do dia, Vitinho marcou logo de cara um 9,5, conseguindo imprimir velocidade até a areia e dando três batidas inesperadas numa onda de pouco mais de um metro. A nota surpreendente era a melhor da competição – igualada apenas pelo australiano Drew Courtney e o brasileiro Simão Romão no dia anterior, que tiveram condições do mar bem melhores –, mas logo foi corrigida e diminuída em um décimo (9,4).

Nada que pudesse abalar o surfista brasileiro de melhor performance na elite mundial – um terceiro lugar, em 1995. "Deve ser porque não se pode fazer tanto em uma onda tão pequena", brincou.

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A felicidade atual é um contraponto ao meio do ano passado, quando o surfista chegou até a pensar em parar.

"Estou com 3.4 (34 anos), e já estava pensando em abrir algum negócio para me virar depois. Não estava muito bem, mas o final do ano foi muito bom e daí esqueci isso tudo. Agora vou até onde der", afirma.

Se o final foi bom – e o deixou na 15.ª colocação do ranking do WCT –, do começo de 2006 também não dá para reclamar. Na primeira bateria que disputou em Fernando de Noronha, no Rio de Janeiro, na semana passada, com ondas bem maiores do que na praia de Santinho – norte da ilha de Santa Catarina –, marcou um 10 e ficou com o prêmio de US$ 500 dólares de melhor onda surfada da competição.

Agora, por minutos esteve com o prêmio bem próximo, mas promete melhorar o desempenho hoje, na quarta fase da competição. Afinal, enquanto para a grande maioria dos surfistas as ondas pequenas são um empecilho, para ele são um achado.

"Numa bateria dessas tem de ficar esperto. Não dá para deixar passar a oportunidade ou se adiantar. Para mim não tem segredo pois comecei na Praia do Forte, em Cabo Frio, que tem ondas bem fracas onde você tem que explorar a velocidade", conta.

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O bom humor de Vítor Ribas se contrapôs à tristeza dos paranaenses Peterson Rosa e Jihad Khodr. Os dois foram eliminados ontem, dia em que estrearam na competição.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.