A Copa do Mundo de 2014 será a última esperança dos comerciantes da região do Castelão, em Fortaleza, para recuperar o prejuízo com as obras viárias no entorno da arena. Principal acesso ao estádio, a Avenida Alberto Craveiro permaneceu fechada por pouco mais de um ano para alargamento da pista e construção de novas calçadas.
Na expectativa de ter um bom retorno já na Copa das Confederações, Benir Silva Lima, dono da lanchonete Benirzão, a cerca de 500 metros do estádio, investiu R$ 2 mil em melhorias no estabelecimento. Após os dois primeiros jogos, sentiu saudade do tempo da obra na avenida. "Está mais fraco do que quando estavam construindo", conta ele, que tem o prejuízo atenuado por uma parceria com a Coca-Cola.
Dono do restaurante Chaba, Cícero Barbosa também fechou acordo com a patrocinadora oficial da Copa, mas mantém um freezer com outros produtos. Nem mesmo a variedade reforçou o faturamento. "Vendi 50 latinhas no jogo do Brasil [com o México]. Em um Ceará e Fortaleza, vendo 500", contabiliza o comerciante, que teve de demitir três funcionários durante a obra.
O mesmo teve de fazer Santana Rodrigues, que já há 20 anos tem uma lanchonete a 300 metros do estádio. Seu quadro de funcionários baixou de quatro pessoas para uma, enquanto o movimento reduziu 70%. A informação corrente entre os comerciantes de que a prefeitura exigirá melhorias nos estabelecimentos para poder abrir na Copa só aumenta sua preocupação. "Se patrocinarem, tudo bem. Senão, melhor deixar fechado", diz.
Procurada pela Gazeta do Povo, a prefeitura de Fortaleza negou que vá fazer exigências específicas para que os estabelecimentos funcionem durante a Copa. Seguirão valendo as normas usuais quanto a alvará, certificados de bombeiros e vigilância sanitária. A única orientação, informou a prefeitura, é para que não seja exibida propaganda ostensiva de concorrentes dos parceiros da Fifa.
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