Não será apenas um duro golpe sobre o adversário, potencializado pela rivalidade crescente entre paranistas e atleticanos, ou um ponto a mais nas estatísticas do confronto. Uma vitória no clássico de hoje, às 18h10, no começo da Rua Engenheiros Rebouças, tem tudo para se tornar o combustível extra de uma arrancada no período mais desgastante do Brasileiro.
Nos próximos 44 dias, serão 11 partidas de cada equipe como comparação, foi esse o período entre a primeira e a sétima rodadas. Após a maratona, faltará apenas uma rodada para o fim do primeiro turno, quando normalmente está definido o papel de cada time na competição. Ambos voltam a campo na terça-feira. Ou seja, quem perder terá pouquíssimo tempo para juntar os cacos e tirar da cabeça a comemoração do antagonista.
"Tem muita rivalidade com o time do fim da rua sim", disse o presidente paranista José Carlos de Miranda, repetindo um termo que usou durante toda a semana para se referir ao adversário. "Desde os tempos em que éramos Ferroviário e eles usavam o escudo do Flamengo", acrescentou o dirigente.
O derby da Rebouças vai ficando a cada edição mais encorpado. Para o zagueiro atleticano Danilo, o encontro com o Tricolor é, hoje, maior que o Atletiba. "Até porque o Coritiba está na Segunda Divisão. Já jogamos três vezes com eles (Paraná) neste ano e ainda temos mais duas. Desde que eu cheguei aqui (há dois anos e meio), a rivalidade é com o Paraná", dispara. Então, haveria um sentimento de vingança pela eliminação na semifinal Paranaense? "Futebol não tem isso. Sempre temos que pensar no próximo jogo", afirma o técnico Antônio Lopes, barrando um revanchismo que não vivenciou.
Até por isso, lavou as mãos em relação à polêmica da vez: a escalação do árbitro Héber Roberto Lopes. Foi justamente ele o mediador do último encontro, que terminou com a primeira vitória paranista na Arena e muitas reclamações do Rubro-Negro, que soltou na quinta-feira uma nota oficial criticando a repetição do juiz. "Eu acho que isso é um problema da diretoria, nós temos que nos preocupar com a equipe adversária", disse o Delegado, em discurso parecido com o do técnico paranista Pintado. Para todos no Tricolor, aliás, a nota não passou de uma maneira de pressionar a arbitragem.
De qualquer forma, o triunfo paranista na Baixada e a comemoração intensa mexeram com o brio atleticano. "Eles ficaram p... com a gente. Mas festejei com meus companheiros, sem desrespeitar ninguém", lembrou o zagueiro Daniel Marques. Na ocasião, porém, o meia Joélson e o goleiro Flávio se envolveram em incidentes com a torcida rubro-negra.
Se o primeiro revés na Arena foi doído para os atleticanos, em contrapartida o Furacão ainda não foi derrotado na nova Vila. Contabiliza um empate e uma vitória desde a reforma. Aproveitamento que só melhora levando em consideração os confrontos anteriores no estádio: cinco vitórias e uma derrota.
O equilíbrio na temporada um triunfo para cada lado e um empate , porém, deve dar o tom da disputa de hoje. Talvez por isso os treinadores tenham apostado no mistério. Escaldado em clássicos, Lopes avisou: "Já está tudo definido, mas a equipe mesmo, só na hora da partida."
Discurso que Pintado já havia adotado desde segunda-feira. Aos poucos ele até foi amolecendo, e deixou apenas uma dúvida. "Mas que pode modificar toda a forma do time jogar", ponderou, na última cartada para tentar confundir o adversário antes de ele descer a Rebouças.
Na TV: Paraná x Atlético, às 18h10, no Premiere F.C.
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Em CuritibaParaná x Atlético
ParanáFlávio; Daniel Marques, Neguette e Luís Henrique; Léo Matos, Xaves, Adriano (Joélson), Vandinho e Márcio Careca; Vinícius Pacheco e Josiel. Técnico: Pintado.
AtléticoGuilherme; Nei, Danilo, Gustavo e Michel; Alan Bahia, André Rocha (Cristian ou Evandro), Valencia e Edno; Dênis Marques e Alex Mineiro. Técnico: Antônio Lopes.
Estádio: Vila Capanema. Horário: 18h10. Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-PR). Auxs.: Rogério Carlos Rolim (PR) e Aparecido Donizetti Santana (PR).
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