Metrô é o "coração da candidatura"
Era para ter sido a reunião que apresentaria o projeto completo de Curitiba para sediar a Copa do Mundo de 2014. O encontro no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), ontem pela manhã, contudo, revelou poucos detalhes do material que a capital paranaense pretende usar para convencer a Fifa o documento será enviado à entidade no dia 15. De acordo com a prefeitura, a Fifa proibiu as candidatas de revelar os programas de campanha.
Depois de esperar por quase oito anos pela desocupação do Colégio Expoente, surgiu, agora, uma nova pedra no caminho da conclusão da Arena da Baixada. Com a cada vez mais provável confirmação de Curitiba como sede da Copa do Mundo de 2014, o Atlético precisa necessariamente comprar os terrenos vizinhos ao estádio, na Rua Buenos Aires, sentido Brasílio Itiberê, para adequar o complexo esportivo às normas exigidas pela Fifa.
A informação foi repassada ontem à Gazeta do Povo por Mário Celso Petraglia, presidente do comitê interno do clube para assuntos relacionados ao Mundial, durante reunião no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), para o lançamento da logomarca da candidatura da capital paranaense (leia mais nesta página). "A Fifa modificou o seu caderno de encargos em setembro de 2008. Precisamos daquela área para facilitar a saída dos torcedores, para usar como área de escape", afirmou o dirigente, informando que o Rubro-Negro já está em tratativa para a aquisição do espaço.
A negociação, contudo, não deve ser das mais fáceis. De acordo com Marcos Malucelli, presidente do Conselho Administrativo rubro-negro, no momento em que o clube se dispôs a conversar com os proprietários, o valor dos terrenos subiu automaticamente. "Estão pedindo muito dinheiro."
Do outro lado, a versão é outra. Vizinho de muro do Joaquim Américo, o estudante Frederico Thomas Leludak conta que a sua família chegou a ser procurada há aproximadamente dois anos por um representante do Atlético, interessado em comprar a área de 600 metros quadrados. A oferta, porém, não agradou. "Nós ficamos sabendo que eles precisavam da nossa casa quando o projeto do estádio vazou na internet. Veio aqui um cara que trabalhava no clube, o Maculan (Alberto, ex-diretor), para saber se tínhamos interesse em negociar. Só que o valor oferecido era ridículo, praticamente um terço do que vale", revelou ele, acrescentando que um terreno parecido, próximo a sua casa, foi vendido recentemente por R$ 950 mil. "Só queremos um preço justo."
O valor do m2 na região, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, gira em torno de R$ 900. "Só que se o cara sabe que é para a Copa do Mundo, pode colocar mais 30% em cima", explicou José Paulo Celles, vice-presidente do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR) e empresário do ramo imobiliário. Ou seja, o terreno de Frederico pode valer até R$ 700 mil.
Dono de um escritório de contabilidade na região, Saul Brunetta também recebeu uma sondagem do Furacão. "Conversamos, mas não avançou. O cenário, na época (há dois anos), estava muito indefinido", comentou o contatador. "Sei que tem gente aqui querendo garantir a vida dos herdeiros, deixar os filhos ricos. Eu pretendo colaborar. Sempre há negociação", complementou.
Um alento para o Rubro-Negro é que o vice-governador do estado, Orlando Pessuti, voltou a falar ontem em financiamento público, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para terminar o estádio.
Na improvável hipótese de Curitiba não receber as partidas do Mundial, a área atual já é suficiente para a conclusão da Arena sem seguir as determinações da Fifa. A entidade define as 12 sedes no próximo dia 30 de março.
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