Há exatamente trinta anos, um brasileiro escrevia seu nome para sempre na história do esporte mundial. João Carlos de Oliveira batia o recorde mundial do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México e originava o apelido pelo qual ficou conhecido: João do Pulo.
Foi em 15 de outubro de 1975 que o paulista de Pidamonhangaba, de 21 anos, deu um vôo de 17,89 m, ganhou a medalha de ouro e superou em 45 centímetros o recorde mundial da prova, que pertencia ao soviético da Geórgia Viktor Saneyev, surpreendendo a todos.
O recorde mundial de João do Pulo vigorou por quase uma década. Somente em junho de 1985 o norte-americano Willie Banks saltou 17,97 m, em Indianápolis. O atual recorde mundial pertence ao britânico Jonathan Edwards, que em 1995, no Mundial de Gotemburgo, saltou 18,29 m.
João do Pulo disputou as Olimpíadas de Montreal, em 1976, e Moscou, em 1980. Nas duas vezes ficou com o bronze. Em 1980, no meeting em Bratislava, saltou muito próximo dos 18 metros, mas a arbitragem não validou o recorde.
O brasileiro é, até hoje, um dos grandes nomes da história da Copa do Mundo de Atletismo. Ele venceu o salto triplo nas três primeiras edições da competição: em Dusseldorf, em 1977, em Montreal, em 1979, e em Roma, em 1981.
Após um acidente de carro, João teve sua perna amputada e teve que encerrar a carreira, em 1981, aos 27 anos. O triplista morreu em 1999, aos 45, em decorrência de uma cirrose hepática e de uma infecção generalizada
Depois de João, o Brasil revelou bons triplistas. Entre eles, Anísio Silva, que em 1993 foi finalista no Mundial, em Stuttgart, e saltou 17,32 m. Em 2001, começou a ganhar destaque um jovem de 21 anos e 2 metros de altura. Seu nome: Jadel Gregório, paranaense radicado em São Paulo. Jadel, já saltou três vezes acima de 17,70 m, é o segundo do ranking mundial e é considerado o sucessor natural do saudoso João do Pulo.
Em 1999, tenta voltar ao esporte nas Paraolimpíadas, mas uma cirrose hepática o impede. João do Pulo morreu, neste mesmo ano, aos 45 anos de idade.