Rebaixamento e violência no ano do centenário do Coritiba. O susto de mais um ano à beira do descenso confundindo-se com a alegria de receber uma Copa do Mundo no Atlético-PR. Mais uma temporada de dificuldades no Paraná. Seleção na Copa. Sufoco argentino. Mão de Henry. Ouro e recorde de César Cielo. Giba de volta. Roger Federer soberano. Ronaldo. Flamengo. Tiger Woods. Felipe Massa. Supermando.
Fatos e personagens que fizeram o ano do esporte paranaense, brasileiro e mundial. Para relembrar esses momentos, a Gazeta do Povo está preparando uma retrospectiva, a ser publicada no próximo dia 28 de dezembro, em que você, internauta, determina o grau de importância de cada acontecimento.
Nesta matéria e em várias outras que entrarão no ar no site de Esportes da Gazeta até a próxima terça-feira, serão incluídas enquetes para a votação nos fatos mais marcantes de dez temas diferentes. A votação encerra às 14 horas do dia 22 de dezembro. Os acontecimentos estão divididos em: Coritiba, Atlético, Paraná, futebol paranaense, futebol nacional, futebol internacional, esportes olímpicos/ Paraná, esportes olímpicos/ Brasil, esportes olímpicos/ mundo e automobilismo. Veja uma resumo de cada uma:
Tristeza no centenário
O ano mais esperado da história do Coritiba começou com muita esperança e acabou em enorme decepção. Rebaixado para a Segunda Divisão do Brasileiro, terceiro colocado no Estadual e condenado com a mais dura pena imposta pela Justiça Desportiva do país, o clube teve pouco a comemorar. De bons momentos, a chegada à semifinal da Copa do Brasil, o Green Hell da torcida e o reencontro com o passado promovido pela inauguração do Espaço 100 Anos.
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Altos e baixos no Caldeirão
O Atlético-PR entrou 2010 respirando novos ares. Pela primeira vez após 14 anos, o clube não abriu uma temporada sob o comando de Mario Celso Petraglia. Sucedido por Marcos Malucelli, a quem apoiou na eleição de dezembro de 2008, MCP perdeu espaço na Baixada, reflexo de um briga com o novo presidente do Conselho Administrativo. A mudança na gestão (acompanhada da reabertura do CT do Caju para a imprensa) não significou, necessariamente, uma melhora sensível em campo. Os títulos, é fato, voltaram, com a conquista do Campeonato Paranaense. Mas no Brasileiro repetiu-se o sufoco do ano passado, com o clube livrando-se do rebaixamento no último jogo em casa.
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Mais um ano de agonia
Em muitos momentos deste ano, o torcedor paranista sentiu-se de volta em 2008. Erros da temporada passada foram repetidos ou agravados, e o Tricolor não só passou longe do acesso à Série A como segui distante da dupla Atletiba no estado. O ano começou com superpoderes a Paulo Comelli na montagem do time. Com carta-branca para indicar, o treinador montou uma equipe que desfez-se ao longo do Paranaense. Rotatividade de jogadores e técnicos foi uma constante na Vila. Só pelo banco de reservas ainda passaram Wagner Velloso, Zetti, Sérgio Soares e Roberto Cavalo. Para temperar o ano indigesto, a relação ruim entre as parceiras Base e L.A. Sports e uma greve de jogadores no fim de novembro. Além, claro, do gol de mão de Wellington Silva.
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O ano do supermando
A concepção foi em 2008, na redação do regulamento do Campeonato Paranaense de 2009, mas somente durante o torneio os clubes e a Federação se deram conta de uma das maiores aberrações da história do futebol estadual. Claríssimo para quem quisesse ler, estava previsto no artigo 9º das normas da competição que o mando de campo no octogonal decisivo seria do clube de melhor campanha na fase anterior. Estava criado o supermando. Federação e clubes foram à Justiça Desportiva tentar anular o item. Fracassaram, e enquanto o Atlético fez todos os jogos da fase decisiva na Arena, o Paranavaí caiu na estrada para a disputa das sete partidas.
O futebol local ainda uma movimentação de forças. O Londrina, clube mais tradicional do interior, caiu à Segunda Divisão e acabou o ano sob intervenção. O Operário, na mão inversa, retornou à elite estadual. E o J. Malucelli assumiu nova e polêmica identidade, Corinthians Paranaense.
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Futebol nacional
Ronaldo, Adriano e Fred, integrantes do ataque que fracassou com a seleção brasileira na Copa de 2006, foram os personagens do futebol de clubes no país.
De volta ao Brasil após 15 anos, o Fenômeno comandou um primeiro semestre perfeito do Corinthians, com título paulista e da Copa do Brasil. A redenção do Imperador concentrou-se no segundo semestre. Em meio a polêmicas extracampo, levou, auxiliado por Petkovic, o Flamengo ao título nacional após 17 anos. A recuperação de Fred foi tardia, mas espetacular. Apagado durante boa parte da passagem pelo Fluminense, o atacante entrou em ação na parte final do Brasileiro. De seus gols nasceu a ressurreição tricolor, capaz de livrar o clube do rebaixamento dado como certo.
Sem os medalhões de antes, a seleção brasileira teve um 2009 para comemorar. Perdeu apenas um jogo, com time reserva, para a Bolívia. Naquilo que valia, saiu-se bem e com louvor. Foi campeã da Copa das Confederações e da chave sul-americana das Eliminatórias. No início de dezembro, ainda conheceu seus três primeiros rivais na campanha do hexa: Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal.
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Rivais a perigo
Argentina, maior rival da história da seleção brasileira, e França, grande carros do Brasil em Copas do Mundo, passaram sufoco em 2009. Os hermanos, sob o comando de Diego Maradona, sofreram para se garantir no Mundial da África do Sul. A errante campanha nas Eliminatórias sul-americanas, com direito a derrota para o Brasil em casa e um vexatório 6 a 1 para a Bolívia na altitude, terminou com classificação sofrida, na última rodada. Os franceses, então, vão à Copa pela porta dos fundos. O gol da classificação na repescagem, contra a Irlanda, nasceu de uma acintosa matada de mão de Thierry Henry.
Entre os clubes, o Real Madrid deu início a mais uma era galática, contra a contratação de Kaká e Cristiano Ronaldo. Outro milionário, o Chelsea, pôs Luiz Felipe Scolari na rua, em uma movimento articulado por jogadores do próprio clube, com Didier Drogba.
Ah, sim. E Joel Santana deixou o mundo de boca aberta com sua "fluência" na língua inglesa.
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"Rio de Janeiro"
Em inglês carregado de sotaque francês, Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional, anunciou no dia 4 de outubro a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. A primeira edição dos Jogos na América do Sul abre uma perspectiva de desenvolvimento do esporte olímpico no país.
Indicação à parte, o esporte brasileiro deu claros sinais de crescimento nem sempre programado. César Cielo foi o ícone dessa faceta. Com dois ouros e um recorde no Mundial de Roma, firmou-se como o grande nome do esporte brasileiro, certamente uma realidade para 2016.
A edição brasileira do evento também tem tudo para ser o da consagração de Thomaz Bellucci. Aos 21 anos, o paulista fechou o ano entre os 40 melhores do tênis mundial. Alento para uma modalidade carente desde a retirada de Gustavo Kuerten. Também devem brilhar no Rio de Janeiro novos nomes do vôlei brasileiro. A renovação pós prata em Pequim já rendeu títulos da Liga Mundial e Copa dos Campeões, com o tempero da experiência do capitão Giba.
O basquete também vislumbrou nova perspectiva. Após 16 anos sob o comando de Gerasime Bozikis, o Grego, a Confederação Brasileira elegeu um novo presidente, Carlos Nunes. Todos acontecimentos marcantes do esporte nacional, mas que acabaram à sombra dos sucessivos casos de doping ao longo do ano.
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O ano dos heróis e vilões
Alguns dos maiores ícones do esporte mundial estiveram em evidência em 2009. Mas nem sempre por feitos positivos.
Roger Federer e Usain Bolt não têm do que reclamar. O suíço, que abriu o ano chorando a derrota na final do Aberto da Austrália para Rafael Nadal, chegou a dezembro com motivos de sobra para sorrir. Pai de gêmeas, campeão pela primeira vez em Roland Garros, maior vencedor da história do Grand Slam, número 1. Tudo para Federer foi superlativo.
Bolt seguiu redefinindo os limites do ser humano. No Mundial de Berlim, repetiu a dose da Olimpíada de Pequim: ouro e recordes inimagináveis nos 100 m e 200 m rasos.
A galeria de heróis caídos construiu-se nos Estados Unidos. Michael Phelps abriu o ano suspenso por consumir maconha em uma festa universitária e ainda viu suas façanhas serem colocadas em dúvida com o anúncio da proibição dos supermaiôs. Tiger Woods encerrou 2009 retirando-se do golfe, após ver sua vida conjugal e sua infidelidade tornar-se assunto público.
Antes de ser escolhida heroína ou vilã, a sul-africana Caster Semenya teve de responder se era homem ou mulher no Mundial de Atletismo.
Vote no fato mais marcante do esporte olímpico no mundo em 2009
Mudanças
Após oito longos anos de Europa, o Brasil voltou a ser o endereço fixo de Giba. Considerado um dos maiores jogadores de vôlei na história, o atacante paranaense trocou a fria Rússia por São Paulo, mas sempre com um pé em Curitiba. À troca de país juntou-se a nova condição na seleção brasileira, de líder e capitão de um grupo renovado.
Mudança também foi uma marca do ano de Emanuel. Um dos grandes nomes do vôlei de praia mundial pôs fim à parceria vitoriosa com o baiano Ricardo. Como também acabou a parceria física de Confederação Brasileira de Ginástica com Curitiba. A entidade agora tem Aracaju como sede.
No Clube Curitibano, a transformação é foi de uma geração promissora das piscinas em realidade. Alexia Nassurig, Carol Portugal, Carol Bergamaschi e Alessandra Marchioro, as meninas superpoderosas, ganharam tudo nas competições juvenis.
Quem também esteve sempre no pódio foi Natália Falavigna. Bronze no Mundial da Dinamarca, a lutadora de tae kwon do experimentou a sensação de ter equipe própria e foi alçada pelo COB a estrela olímpica brasileira. Da Londrina de Natália, outra boa notícia: a volta do time de basquete à Liga Nacional.
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O automobilismo virado do avesso
Naturalmente foco principal da cobertura de automobilismo, a Fórmula 1 esforçou-se para passar o ano todo em evidência. A categoria começou e fechou o ano sacudida pelas montadoras: Honda, BMW e Toyota, saindo; Mercedes, chegando.
Outra montadora, a Renault, teve seu nome envolvido no maior escândalo da história do esporte a motor. Demitido logo após o GP da Hungria, Nelsinho Piquet revelou ter batido de propósito no GP da Cingapura de 2008, para ajudar o companheiro Fernando Alonso. Por colaborar nas investigações, Nelsinho escapou de punição. Mentores da fraude, Flavio Briatore (banido) e Pat Symonds (suspenso) não tiveram a mesma sorte.
Foi na mesma Hungria que Felipe Massa encerrou sua temporada. Nos treinos, uma mola solta do carro de Rubens Barrichello atingiu seu capacete a quase 200 km/h. Desacordado, Massa chocou-se violentamente contra uma barreira de pneus.
A temporada já não era boa para o brasileiro. Ao invés das favoritas Ferrari e McLaren, o domínio foi da novata Brawn GP. Resultado da esperteza de Ross Brawn, que aproveitou-se de uma brecha no regulamento para fazer de seus carros máquinas imbatíveis e de Jenson Button, campeão mundial.
Fora da Fórmula 1, o astro foi Hélio Castroneves. Preso por sonegação fiscal, o brasileiro da Indy acabou absolvido pela Justiça e ainda voltou às pistas a tempo de sagrar-se campeão das 500 Milhas de Indianápolis.
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