O levantador paranaense Marlon começou ontem mais uma empreitada na seleção brasileira de vôlei. Convocado por Bernardinho, reuniu-se com a equipe em Saquarema (RJ) para os treinos visando a disputa do Campeonato Mundial, que começa em 24 de setembro, na Itália. O Brasil busca o tricampeonato.Sua convocação desbancou a esperança de Ricardinho voltar à seleção. Disputa que para Marlon nunca existiu. Ele fala não se incomodar se não fosse convocado ou se voltar a ser reserva de Bruno. Para ele, as glórias no esporte são consequências, não objetivos. Perspectivas raras entre atletas de alto rendimento. Talvez um reflexo de sua descendência japonesa.
O mais provável, porém, é que seja resultado dos pés que fincou no chão há tempos. Afinal, sua primeira convocação foi em 2008, para a Liga Mundial, quando tinha 30 anos e vestir a camisa amarela já não era mais um sonho a realizar. O Brasil ficou em 4.º lugar.
Fora da Olimpíada de Pequim, retornou ao grupo no ano passado. Foi campeão da Liga Mundial e do Sul-Americano. Mas brilhou mesmo há uma semana, na partida final da conquista do nono título brasileiro da Liga Mundial.
Na vitória sobre a Rússia, por 3 sets a 1, entrou como titular, no lugar de Bruno, em má fase, e surpreendeu com boas jogadas, sem sentir (aparentemente) a pressão da partida. "Era a minha final. Como reserva, tinha de entrar e fazer diferença". Fez, e o assédio da imprensa foi imediato.
Ele afirma querer apenas desfrutar cada momento dentro da seleção. "Costumo dizer que vou para a seleção para me divertir com amigos, jogando vôlei", diz, com a fala pausada que transmite a mesma calma que apresenta em quadra.
Aos 33 anos, o atleta nascido em Guaíra (Oeste do Paraná) é dos atletas mais velhos no grupo de renovação da equipe nacional.
Marlon considera suficiente destacar-se em uma posição que gera muito o que falar. "Ser levantador da seleção é estar em um turbilhão. Tem todo o histórico [de polêmicas] do Ricardinho; tem o Bruno, que é filho do Bernardo, o que sempre gera assunto. Ainda assim, consegui meu espaço", fala.
Marlon diz estar mais preocupado com seu sucesso particular. "Estou tendo isso agora, com minha família, meu filho [Marlon, 7 meses]. Na quadra, acho que já tive isso. Tenho 14 anos de Super Liga, quatro vice-campeonatos. Não é pouco."
O paranaense começou a jogar vôlei aos 10 anos, em Guaíra. Morou e jogou em Santa Catarina. Voltou ao Paraná em 1994, defendendo o Canadá Country Club, de Londrina, por quatro anos. Foi vice-campeão mundial juvenil em 1997. Jogou por times de Rio e São Paulo. Entre 2006 e 2008, atuou no voleibol italiano. Foi repatriado pelo Santander (2008/2009), que depois tornou-se Brasil Vôlei. Na próxima temporada, defenderá o Vivo Minas.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião