Depois da mudança para os Estados Unidos e uma interminável negociação do seu futuro no mundo do MMA (Mixed Martial Arts, o conhecido "vale-tudo"), o lutador curitibano Wanderlei Silva finalmente fechou um contrato de quatro lutas com os organizadores do evento norte-americano Ultimate Fighting Championship (UFC). O acordo foi assinado nesta semana em Las Vegas.
Silva lutou por três oportunidades no começo de carreira pelo UFC, entre 1998 e 2000, enfrentando nomes como Vitor Belfort e Tito Ortiz, mas a sua fama mundial no mundo das artes marciais veio nos áureos tempos de Pride, evento japonês no qual o curitibano conquistou o cinturão dos Meio-Pesados durante seis anos, perdendo o título em fevereiro deste ano, no seu último compromisso contra Dan Henderson.
De lá para cá, o UFC adquiriu o controle acionário do Pride, deixando o futuro do torneio da Terra do Sol Nascente em segundo plano, fato que fez com que os principais nomes migrassem para a competição norte-americana. O "namoro" com Silva é antigo, e o acerto entre as duas partes poderá finalmente tornar a luta entre os antigos melhores do mundo dos Meio-Pesados, Wanderlei Silva e Chuck Liddell, uma realidade.
"Muitos lutadores têm o sonho de lutar no UFC, e como um campeão durante seis anos no Japão, meu sonho também era conquistar o cinturão do UFC", disse Silva. Segundo o curitibano de 31 anos, agora morando na Flórida, a meta é agarrar essa oportunidade com unhas e dentes. "Eu vou trabalhar duro para dar um grande shows aos fãs. Quero agradecer a Deus por essa oportunidade. Aos outros lutadores, só quero avisar: vocês precisam treinar duro, porque The Axe Murderer (apelido de Silva) está aqui", concluiu.
Chance de ouro para voltar ao topo
Antes de perder o cinturão do Pride em fevereiro deste ano, na edição de número 33 do evento japonês, Wanderlei Silva já havia caído diante do croata Mirko Cro Cop, pelo Pride Absoluto (competição em que lutadores de diferentes categorias lutam pelo título). Desta forma, vindo de duas derrotas, o novo contrato com o UFC aparece para o lutador curitibano como a esperada chance de voltar ao topo dos Meio-Pesados.
Com um respeitável cartel de 31 vitórias, sete derrotas e um empate na carreira, Silva espera vencer no seu retorno, provavelmente no UFC 79, que acontecerá no dia 29 de dezembro em Las Vegas, para ter reais chances de disputar o cinturão do evento. Se o seu adversário vier a ser mesmo o ídolo local Chuck Liddell, a vitória torna-se obrigação, uma vez que a expectativa em torno deste combate já dura anos.
Mesmo que o rival nesta reestréia no UFC não seja Liddell, uma vitória é fundamental. É notório o fato de que os organizadores do Ultimate coloquem lutadores perdedores "na geladeira", o que não poupa nem mesmo grandes nomes, como é o caso de Silva. Outro curitibano que integra o UFC é Maurício Shogun. O antigo companheiro de Chute Boxe de Silva irá estrear no octagon no UFC 76, no dia 22 de setembro, contra Forrest Griffin.
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