Historicamente, a cada ano é na etapa de Tretles, nos Estados Unidos, que o Mundial de surfe começa a se definir. É a primeira de três pernas que são realizadas em apenas 30 dias na divisão de elite da modalidade (WCT). Quando a maratona acaba, geralmente tudo está bem encaminhado para as duas etapas restantes Florianópolis e Pipeline , seja na parte de cima do ranking ou na de baixo,
Por esse motivo, desde ontem todas as atenções do surfe estão voltadas para a praia da Califórnia, e mais especificamente para um surfista: Kelly Slater. Heptacampeão mundial, Slater já parou, voltou iniciar uma nova hegemonia.
Atual campeão do WCT, Slater venceu em 92/94/95/96/97 e 98. Se aposentou, voltou em 2002 e foi campeão no ano passado. Na temporada 2006, mantém a liderança desde a primeira etapa. Em seis pernas, obteve duas vitórias, dois terceiros lugares.
Como no ano passado, o grande adversário de Slater deverá ser o havaiano Andy Irons, tricampeão mundial. Em terceiro lugar no ranking, Irons preciso de bons resultados nas três próximas etapas para evitar a repetição do campeonato do ano passado, quando viu o adversário comemorar o título por antecipação em Santa Catarina. Entre deles está o australiano Taj Burrow, que persegue seu primeiro título.
A série de etapas também é decisiva para os brasileiros. Dos oito surfistas nacionais, apenas Adriano Mineirinho, (20.º) e Paulo Moura (28.º) seriam mantidos na elite pelo seu desempenho no WCT. Perterson Rosa (33.º), Victor Ribas (34.º), Raoni Monteiro (37.º), Marcelo Nunes (38.º), Pedro Henrique e Henrique Sodré (ambos no 41.º) estariam fora.
"O desânimo é geral. Não adianta dar o sangue e no fim do ano sempre ter de tirar dinheiro do bolso para competir", conta o paranaense Peterson Rosa, há treze anos ininterruptos no WCT, sobre a situação que só não ocorreria com Mineirinho e Raoni.
Bronco, no entanto, está em ascendência e com ânimo renovado. Depois de cair logo na primeira fase em três etapas e na segunda em duas, na última perna, no México, o paranaense renasceu com um quinto lugar. Agora planeja um fim de temporada triunfal, como uma forma de dar a resposta a quem não estaria confiando no surfe brazuca e, principalmente, nele.
"Para ficar no WCT preciso apenas de um 9.º e outro 5.º. Quero conseguir isso o mais rápido possível para, se possível, chegar ao Brasil garantido e vencer", planeja Peterson, que foi o último brasileiro no WCT a ganhar aqui, em 1998.
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