Política acirra rixa das torcidas
Para o delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), da Polícia Civil, a rixa entre Os Fanáticos e Ultras não vai acabar enquanto a diretoria do Atlético não rever sua posição de banir a segunda da Arena. Domingo (23), as organizadas tiveram que ser separadas pela polícia gaúcha no Beira-Rio para não entrar em confronto na derrota do Furacão para o Inter. “Uma torcida [Os Fanáticos] apoiou a diretoria e a outra [Ultras] a oposição. De lá para cá, os confrontos nunca mais pararam. Acho que o Atlético, através da postura de seu presidente [Mario Celso Petraglia], tem sua parcela de culpa”, acredita Galvão. “Deveria haver bom senso. A diretoria toma partido na situação e discrimina a outra torcida”, emenda. A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do Furacão, mas não teve resposta.
Um dos destaques do Atlético no Brasileiro, Weverton defendeu no revés para o Internacional (2 a 0), no domingo (23), o terceiro pênalti seguido. Marca ainda mais notável considerando o retrospecto do goleiro no Furacão.
Desde junho de 2012 no clube, o camisa 12 nunca tinha barrado um pênalti no tempo normal em partidas oficiais – todas as 14 penalidades anteriores foram gol.
Dois pênaltis pela Série B em 2012, quatro pela Série A de 2013, um pela Libertadores de 2014, cinco pela Série A de 2014 e outro pela Copa do Brasil de 2014. Em 2015, um foi marcado pelo Paranaense.
“É um momento muito bom da minha carreira. Todo mundo sabe o quanto eu fui cobrado na hora de ser decisivo, de pegar um pênalti”, reconheceu Weverton ao site oficial do clube, após a derrota em Porto Alegre.
Até então, ele praticara somente duas defesas. Nos 6 a 2 contra o Ludogorets-BUL, pelo torneio amistoso Marbella Cup, em 2013, e na decisão em penalidades com o Sporting Cristal-PER, pela Libertadores de 2014. Única em jogo oficial, a intervenção diante dos peruanos foi fundamental. Se Delgado convertesse, o Atlético ficaria pela fase preliminar da Libertadores.
A reviravolta do goleiro começou no duelo com o Avaí, pela 15.ª rodada do Brasileiro. O Furacão vencia por 2 a 1 quando Weverton desviou o chute de Juninho. Depois, o arqueiro ainda evitou os gols de Ricardo Oliveira (0 a 0 com o Santos) e de D’Alessandro.
“Cada um teve a sua importância, Avaí no fim do jogo, com o Santos valeu o empate. É um momento muito especial. Espero vivê-lo por muito tempo. Goleiro sabe que é difícil defender pênalti, tem que ser frio e tranquilo”, explicou o atleticano.
Retrospecto recente do jogador que fez a torcida do Furacão relembrar um antigo ídolo. Na Copa União de 1988, o goleiro Marolla barrou 17 das 44 cobranças contra a meta rubro-negra – na competição, toda partida empatada era decidida nas penalidades.
Contra o Atlético-MG, Marolla defendeu quatro dos cinco batidos no triunfo por 2 a 1 nos pênaltis. “Meu segredo era estudar os batedores. E, normalmente, zagueirão bate forte cruzado, canhoto só bate no canto esquerdo dele e jogador habilidoso cobra aberto”, relata Marolla.
Hoje funcionário do Hospital do Câncer de Jaú-SP, e professor de escolinha de futebol, Marolla comemora a fase do novo “rei dos pênaltis” atleticano: “O Weverton é um grande goleiro, merece o cartaz que está tendo”.