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Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA | Divulgação/Polícia de Plam Beach
Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

Florianópolis – Após seis dias de disputas em alto nível, termina hoje, na Praia do Santinho, em Florianópolis, o Mormaii Costão Pro, primeira etapa do World Qualifying Series (WQS) de 2007. Dos 192 surfistas restaram apenas oito. Eles entrarão na água em busca de um prêmio de 15 mil dólares e 2.500 pontos no ranking. O campeão assumirá a ponta na disputa por uma das 15 vagas de acesso ao World Campionship Tour (WCT), a elite do surfe mundial.

Em um evento que concentra um grande número de competidores (no WCT não passam de 45), dos quais os gringos são maioria (106, de 17 países diferentes), é possível se certificar que o surfe – a exemplo de vários outros esportes – também sofre com a falta de apoio no Brasil. Nem mesmo os bons resultados são garantia de obtenção de algum suporte financeiro. Exemplo é o catarinense Diego Rosa, que, mesmo ostentando o título de atual campeão catarinense e Sul-Brasileiro, está sem patrocínio.

Diferentemente dos estrangeiros, vários dos 86 brasileiros que competiram no Mormaii Costão Pro tiveram que arcar com todos os custos (como viagem, hospedagem e inscrição no torneio) e só continuarão no circuito se obtiverem bons resultados (leia-se dinheiro) nas raras etapas que conseguirem participar no "peito e na raça". "Apostei em mim mesmo. Se eu vencesse, seria um reembolso", diz Raphael Becker, campeão catarinense de 2003, um dos sem-patrocínio na Praia do Santinho, eliminado na sexta-feira.

A desigualdade de condições é facilmente perceptível nos bastidores do torneio. Dos competidores que desfrutam da comodidade da hospedagem no badalado resort instalado próximo à área de competição, apenas um é brasileiro e mais de 30 são estrangeiros. Assim, os objetivos entre os surfistas do WQS variavam conforme as necessidades e as perspectivas na carreira.

Embora as boas pontuações nos rankings dos diversos circuitos sejam reconhecidamente fundamentais para a obtenção de patrocínios, a distribuição de 125 mil dólares (dos quais 15 mil vão para o campeão) foi o principal apelo a muitos dos brasileiros inscritos na etapa. "O que mais me atraiu foi o dinheiro mesmo", revela o paranaense Peterson Rosa.

Como os estrangeiros têm maior facilidade de obter amparo financeiro em seus países, a vontade de se "tornar um deles" pode ser tentadora. Pelo menos foi o que seduziu o atual campeão do Mormaii Costão Pro, Patrick Beven, que nasceu no Rio de Janeiro e há dez anos mora na França, onde se naturalizou. "Lá fora o surfe recebe mais ajuda e o atleta pode ganhar a vida com o esporte", afirma.

Segundo o franco-brasileiro, o surfe brasileiro só não desponta ainda mais porque muitos atletas com potencial não conseguem viajar para fora do país. "Os gringos surfam ondas boas todo o dia, testam pranchas e tudo o mais, enquanto muitos brasileiros ficam por aqui, só nas nossas ondinhas, sem evoluir muito", lamenta.

O jornalista viaja a convite da organização do evento.

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