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Arthur Zanetti começou na ginástica aos 8 anos, depois de se aventurar por futebol e natação | Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo
Arthur Zanetti começou na ginástica aos 8 anos, depois de se aventurar por futebol e natação| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo

Arthur Zanetti quer transformar a medalha de ouro conquistada ontem nos Jogos Olímpicos em impulso à ginástica artística no Brasil. "Acho que, se o investimento vier, para 2016 o objetivo é levar toda a equipe masculina para competir e ter chances de conseguir mais finalistas", projeta o campeão, considerado "perfeito" para o esporte pelo treinador, Márcio Goto. "O corpo dele é o melhor possível para argolas. É muito forte e tem membros curtos", analisa.

Esse biótipo ideal, porém, não serviu para poupá-lo das dificuldades vividas pelos atletas no país. A falta de estrutura e de suporte financeiro são desafios que ele tem sofrido para contornar. Patrocínio, por exemplo, só começou a receber há dois meses. Nem o vice-campeonato mundial em 2011 ou o ouro na Etapa da Copa do Mundo de Ghent (Bélgica), em junho, com sua maior nota na carreira, 15.925, foi capaz de atrair investidores ao ginasta, descoberto aos oito anos por um professor de sua escola, em São Caetano do Sul (SP).

Dos primeiros treinos à medalha olímpica, o técnico Márcio Goto revela que eles só contam com apoio da prefeitura, que investe na associação de pais que toca o projeto da ginástica artística. "Espero que essa medalha seja um divisor de águas, que a partir daqui os investimentos no esporte amador cresçam, porque o Zanetti mostrou que talentos o país tem", seguiu o treinador.

O ginasta destacou ainda o preparo psicológico como fundamental para o êxito em sua histórica conquista. "Aprendi que não se pode deixar levar por uma emoção negativa ou positiva na hora da prova. Caso contrário, tudo vai por água abaixo", disse.

Ele contou que se sentiu muito tranquilo na decisão. "Fiquei mais nervoso na final do Mundial, minha primeira competição daquele porte. Lá, tive problemas para dormir. Aqui, não. Encarei como se fosse uma etapa de Copa do Mundo", completou. Ficou tão concentrado que não ouviu os incentivos da arquibancada a cada movimento bem executado. "Não ouvi os aplausos porque não consigo ouvir mesmo. Eu fico focado na minha série, então, não ouço nada."

Foi a terceira vez que o Brasil chegou a uma final na ginástica. A primeira foi no solo, em 2004 (Atenas), com Daiane dos Santos. A Pérola Negra não confirmou o favoritismo, saindo fora do tablado em sua apresentação. Diego Hypólito foi a uma decisão, também no solo, em Pequim-2008, e nem sequer brigou pelo pódio.

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