Você foi anunciado como substituto do Velloso no dia 5 de maio. Agora, dois meses depois, perde o emprego. O que aconteceu?
Futebol é resultado, não tem jeito. Não existe planejamento. Eu cheguei para um trabalho até dezembro, mas com três derrotas fica complicado. Trabalhei com o grupo que o Paraná me deu, só trouxe o Dirley. O trabalho foi feito, me desdobrei.
A questão política dentro do clube, com a divisão entre a L.A. Sports e a Base, atrapalhou o seu trabalho? Em algum momento você se sentiu pressionado por alguma corrente?
Já passei por pressões maiores. Existe um problema político no Paraná hoje. Você não tem apoio de ninguém, está tudo dividido. O que o Paraná quer? Quer subir? Então tem de se preparar por pelo menos dois anos. Se eles não se fecharam, quem vai sofrer é o torcedor paranista. Me convidaram para um almoço com o pessoal da Base, mas não houve pressão.
Fala-se também sobre salários atrasados...
A questão financeira do clube é muito complicada. Os jogadores não recebiam o direito de imagem havia dois meses, que é a maior parte do salário. E o salário é sagrado. Não é porque o cara é atleta que não precisa receber. Eu não tinha como cobrar. Vários têm filho, tem jogador que estava com a mulher grávida. E a cobrança dentro de campo é muito grande, todo mundo quer ver gol, resultado, e ninguém sabe o que acontece no dia a dia.
Que tipo de conselho você pode dar ao treinador que irá substituí-lo no comando do time?
O profissional que vier vai ter de buscar a solução. Eu não faço mais parte desse contexto. Estou falando o que realmente aconteceu. Eu saio com a cabeça tranquila. Sou amigo do Luiz Alberto (L.A. Sports), sou amigo do Vavá (Durval Lara Ribeiro, ex-vice de futebol), do presidente, sou amigo da Traffic, do Juan Figer, do Cláudio Guadagno (empresário), de todos. Quer dizer, eu faço parte da história do futebol. E ninguém chegou para mim e disse tem de jogar fulano. Joga quem está melhor. Isso não funciona. O que vai acontecer é que, se eles acham que funciona dessa forma, vão trazer pessoas que aceitem essa situação.
Esperava mais apoio por parte da diretoria?
Faltou pulso e falta pulso. Tem gente que acha que entende de futebol. Eu estou há 30 anos e é difícil entender. E pessoas que entram há um ano atrás e acham bonito o futebol, nunca deram um chute, e acham que entendem mais do que a gente. Não vai, né.
Eu não sofri pressão de ninguém. O que faltou foi apoio de quem é responsável. Pressão existe, se não conviver com isso tem que sair do futebol. Crítica a gente entende, mas falsidade é duro. (AP)
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