Zetti, o substituto de Caio Júnior no comando técnico paranista, está de volta ao estado que lhe abriu as portas no mundo da bola.
Em 1983, ainda júnior do Palmeiras, o então novato desembarcou em Toledo para tentar a sorte no futebol. Era o início nada promissor de quem mais tarde viria a ser bicampeão intercontinental pelo São Paulo (91-92) e tetra mundial (Copa de 94).
"Quando chegamos no interior paranaense, levamos um susto. Não havia estrutura. Pensei em desistir, ao descer do ônibus. Mas o Zetti me convenceu a ficar", lembra Vanderlei, que também fazia parte do pacote palmeirense, na ocasião uma grande promessa na lateral-direita.
À época, o goleiro iniciante disputou o Regional inteiro como titular. Levou a equipe toledense à oitava colocação (e ao quadrangular final do segundo turno). Destaque da competição, faturou a "Corujinha de Ouro", dada aos melhores de cada posição. Para levar o prêmio, superou Rafael Camarota (Atlético) e Jairo (Coritiba).
De quebra, foi convocado à seleção paranaense júnior. E a primeira façanha: o título brasileiro interestadual no início de 84. Na final, a equipe do Paraná derrotou o Rio de Janeiro com atuação destacada do ainda aspirante camisa 1.
O repentino sucesso lhe valeu algum prestígio no Parque Antártica. De volta ao elenco palmeirense, teve a honra de ser reserva de Emerson Leão durante uma temporada. Na seqüência, já em 1985, foi convidado para defender o Londrina.
Pelo Tubarão, participou de outro momento histórico. Na última rodada do torneio, contra o Atlético, disputou o jogo com maior público do antigo Joaquim Américo (com 17.122 pagantes). A partida rendeu o título ao Rubro-Negro, assim como algumas críticas por supostas falhas na derrota por 3 a 0.
O time do Norte terminou na nona posição e o arqueiro deixou de interessar. "Falhou em alguns jogos", garante Vanderlei, que o acompanhou por todo périplo na terra das Araucárias: Toledo, LEC e também na seleção estadual sub-20.
"Porém eu fiquei mais um ano em Londrina. Ele foi dispensado. Depois, a carreira do cara decolou. A minha, infelizmente, ficou no caminho. Fiz sete cirurgias no joelho e atualmente sou preparador físico desempregado (o último trabalho foi no Galo Maringá)", completa.
Zetti, indagado ontem sobre a largada na profissão, revelou haver poucas lembranças. Quase nada lembrava sobre a fase londrinense. E recordou um jogo contra o Colorado, quando defendia o Toledo, na Vila Capanema. "Fiz defesas excepcionais. Perdemos por 1 a 0 (o placar foi 0 a 0), mas me consolidei como destaque da competição graças a este jogo", diz o agora comandante Tricolor.
Deixe sua opinião